Depois da divulgação do programa das festas, só ainda não percebi se Bento XVI cantará em Lisboa, em Fátima ou no Porto.
Mas já se sabe que Sócrates o visitará, e bem, na Nunciatura que é a casa «política do papa em Portugal, enquanto Cavaco começará por recebê-lo «com a família», em Belém. Mesmo admitindo o papel abstruso da «primeira-dama», que lhe dá provavelmente direito a estar presente, não é normal que um chefe de Estado esteja rodeado de filhos e netos para receber um outro. Adiante.
Foi dito também que se seguem quatro dias em que o papa «deverá ser acompanhado pelo Presidente da República». Mas desde quando é que um PR acompanha outro chefe de Estado em todas as suas actividades privadas, mesmo durante uma estadia oficial? Que o católico Aníbal Silva assista a todos os actos religiosos, nada contra (e, vá lá, na primeira fila…), mas nunca «o Presidente», certo?
Algumas notas soltas:
1 - Se Cavaco decidir recandidatar-se a Belém em 2010, esta visita vem mesmo a calhar: o bom povo crente registará o seu zelo piedoso e rezará umas avé-marias pela sua vitória contra o jacobinismo de um qualquer hipotético candidato da esquerda. Bingo.
2 - Esperemos que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja aprovado antes de Maio, ou serão movidos céus e terras para que Bento XVI dê um empurrãozinho em sentido contrário – o que ele fará certamente com prazer, perante um sorriso contido de Aníbal e Maria e o regozijo declarado de Césares das Neves e de Isildas Pegado.
3 - Em trânsito, ouvi ontem na TSF que o delegado oficial da Conferência Episcopal para a visita, Carlos Azevedo, dizer que esta será «uma passagem oportuna pela igreja portuguesa de Bento XVI, quando se cumprem 100 anos da República e 10 anos da beatificação dos pastorinhos». Por que razão é para aqui chamado o centenário da República? Vitimização à vista?
Enfim, grandes tempos esperam por nós. Procurarei estar o mais longe possível nesses dias – talvez no Butão, onde é medido o índice de Felicidade Nacional Bruta. Sempre me parece mais interessante.
Mas já se sabe que Sócrates o visitará, e bem, na Nunciatura que é a casa «política do papa em Portugal, enquanto Cavaco começará por recebê-lo «com a família», em Belém. Mesmo admitindo o papel abstruso da «primeira-dama», que lhe dá provavelmente direito a estar presente, não é normal que um chefe de Estado esteja rodeado de filhos e netos para receber um outro. Adiante.
Foi dito também que se seguem quatro dias em que o papa «deverá ser acompanhado pelo Presidente da República». Mas desde quando é que um PR acompanha outro chefe de Estado em todas as suas actividades privadas, mesmo durante uma estadia oficial? Que o católico Aníbal Silva assista a todos os actos religiosos, nada contra (e, vá lá, na primeira fila…), mas nunca «o Presidente», certo?
Algumas notas soltas:
1 - Se Cavaco decidir recandidatar-se a Belém em 2010, esta visita vem mesmo a calhar: o bom povo crente registará o seu zelo piedoso e rezará umas avé-marias pela sua vitória contra o jacobinismo de um qualquer hipotético candidato da esquerda. Bingo.
2 - Esperemos que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja aprovado antes de Maio, ou serão movidos céus e terras para que Bento XVI dê um empurrãozinho em sentido contrário – o que ele fará certamente com prazer, perante um sorriso contido de Aníbal e Maria e o regozijo declarado de Césares das Neves e de Isildas Pegado.
3 - Em trânsito, ouvi ontem na TSF que o delegado oficial da Conferência Episcopal para a visita, Carlos Azevedo, dizer que esta será «uma passagem oportuna pela igreja portuguesa de Bento XVI, quando se cumprem 100 anos da República e 10 anos da beatificação dos pastorinhos». Por que razão é para aqui chamado o centenário da República? Vitimização à vista?
Enfim, grandes tempos esperam por nós. Procurarei estar o mais longe possível nesses dias – talvez no Butão, onde é medido o índice de Felicidade Nacional Bruta. Sempre me parece mais interessante.
1 comments:
"...Procurarei estar o mais longe possível nesses dias – talvez no Butão..."
tem mais sorte do que eu, estarei por aqui, no sul, à beira-mar.
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