Raramente transcrevo um post na íntegra. Mas este, que não foi escrito por uma perigosa esquerdista que pretenda boicotar a viabilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo, «mascarando»-a com a defesa da adopção, enche-me as medidas.
Ana Gomes, deputada europeia do PS, no «Causa Nossa» (só o realce é meu):
«Eu apoio a decisão do Conselho de Ministros de submeter à Assembleia da República um projecto de Lei visando legalizar o acesso ao casamento civil por pessoas do mesmo sexo, cumprindo assim uma proposta que o PS submeteu ao eleitorado no programa que apresentou nas últimas eleições legislativas.
Trata-se de pôr fim a uma discriminação com base na orientação sexual. Uma discriminação inconstitucional, que assenta na negação de direitos humanos (direitos civis) a cidadãos que se assumem como homossexuais.
O que eu já não compreendo, nem apoio, é que o PS e o Governo entendam, do mesmo passo, introduzir uma outra inaceitável discriminação contra os homossexuais: e é isso o que acontecerá, se for aprovada a inclusão no Código Civil da interdição de adoptar, para homossexuais que se casem.
Antes de mais, discordo por razões metodológicas (oiço invocar “razões tácticas” com estarrecedora hipocrisia). Ora, quem está disposto a pagar o preço político por fazer o mais difícil - afrontar os preconceitos culturais que vedam o contrato de casamento civil a pessoas do mesmo sexo – não deve deixar-se encalacrar pelo menos, pelo que já é social e legalmente aceitável. Tanto, que ainda recentemente um tribunal português confiou crianças a um tio assumidamente homossexual e a partilhar casa com outro homossexual.
E depois, metodologicamente ainda, porque ao introduzir essa nova e inaceitável discriminação, o PS estará a dar munições a quem quer inviabilizar a legalização do casamento civil para homossexuais, a pretexto de que o projecto de Lei estará ferido de inconstitucionalidade.
Porque a realidade é que, substantivamente, essa nova discriminação é mesmo inconstitucional.
E assim, ficará em causa a coerência política desta iniciativa do PS. Até porque, além de inconstitucional, esta discriminação é duplamente injusta, se tomarmos em conta que a lei hoje não proíbe cidadãos homossexuais, solteiros ou casados, de adoptarem crianças. É injusta para os homossexuais que, se quiserem adoptar, terão de se manter solteiros ou entrar em casamentos heterossexuais de fachada. E é também muito injusta para os milhares de crianças institucionalizadas no nosso país, que desesperam por famílias de acolhimento.»
Mas será que tudo isto não entra mesmo pelos olhos dentro?
Ana Gomes, deputada europeia do PS, no «Causa Nossa» (só o realce é meu):
«Eu apoio a decisão do Conselho de Ministros de submeter à Assembleia da República um projecto de Lei visando legalizar o acesso ao casamento civil por pessoas do mesmo sexo, cumprindo assim uma proposta que o PS submeteu ao eleitorado no programa que apresentou nas últimas eleições legislativas.
Trata-se de pôr fim a uma discriminação com base na orientação sexual. Uma discriminação inconstitucional, que assenta na negação de direitos humanos (direitos civis) a cidadãos que se assumem como homossexuais.
O que eu já não compreendo, nem apoio, é que o PS e o Governo entendam, do mesmo passo, introduzir uma outra inaceitável discriminação contra os homossexuais: e é isso o que acontecerá, se for aprovada a inclusão no Código Civil da interdição de adoptar, para homossexuais que se casem.
Antes de mais, discordo por razões metodológicas (oiço invocar “razões tácticas” com estarrecedora hipocrisia). Ora, quem está disposto a pagar o preço político por fazer o mais difícil - afrontar os preconceitos culturais que vedam o contrato de casamento civil a pessoas do mesmo sexo – não deve deixar-se encalacrar pelo menos, pelo que já é social e legalmente aceitável. Tanto, que ainda recentemente um tribunal português confiou crianças a um tio assumidamente homossexual e a partilhar casa com outro homossexual.
E depois, metodologicamente ainda, porque ao introduzir essa nova e inaceitável discriminação, o PS estará a dar munições a quem quer inviabilizar a legalização do casamento civil para homossexuais, a pretexto de que o projecto de Lei estará ferido de inconstitucionalidade.
Porque a realidade é que, substantivamente, essa nova discriminação é mesmo inconstitucional.
E assim, ficará em causa a coerência política desta iniciativa do PS. Até porque, além de inconstitucional, esta discriminação é duplamente injusta, se tomarmos em conta que a lei hoje não proíbe cidadãos homossexuais, solteiros ou casados, de adoptarem crianças. É injusta para os homossexuais que, se quiserem adoptar, terão de se manter solteiros ou entrar em casamentos heterossexuais de fachada. E é também muito injusta para os milhares de crianças institucionalizadas no nosso país, que desesperam por famílias de acolhimento.»
Mas será que tudo isto não entra mesmo pelos olhos dentro?
3 comments:
O pior cego é aquele que não quer ver. Isso tudo é evidente. Se alguém só percebe/assume como homossexual depois de ser pai/mãe deve ter o filho(a) retirado pela Segurança Social? É de doidos.
Tacticismos...
Politiquices. Farto, farto, farto...
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