O inefável doutor que durante umas semanas entrou pelas nossas casas dentro, e que deve andar pela Europa a fazer coisas importantíssimas de que ninguém fala, que se enterneceu com uma árvore de Natal em Nova Iorque mas que sonha ainda com o centralismo democrático, diz agora ao partido, de que é apenas simpatizante, como deve controlar um candidato presidencial de que obviamente não gosta:
«O PS só pode "engolir o sapo" em contrapartida de um compromisso de Alegre no sentido de moderar o seu óbvio "gaullismo" presidencial (que leva consigo o risco de uma inaceitável deriva presidencialista, que o PS sempre combateu), a moderar a sua hostilidade contra os rumos da integração europeia (que as suas críticas ao Tratado de Lisboa e ao mercado interno revelam) e a atenuar a sua oposição à modernização social-democrata da teoria e da prática política do PS (que o levou a uma afinidade electiva com o Bloco de Esquerda).»
«O PS só pode "engolir o sapo" em contrapartida de um compromisso de Alegre no sentido de moderar o seu óbvio "gaullismo" presidencial (que leva consigo o risco de uma inaceitável deriva presidencialista, que o PS sempre combateu), a moderar a sua hostilidade contra os rumos da integração europeia (que as suas críticas ao Tratado de Lisboa e ao mercado interno revelam) e a atenuar a sua oposição à modernização social-democrata da teoria e da prática política do PS (que o levou a uma afinidade electiva com o Bloco de Esquerda).»
9 comments:
Vital Moreira a falar de Alegre ...
Nunca o ditado "diz o rôto ao nú" se adequou tão bem !
São duas personagens que me inspiram "mixed feelings".
Manuel Alegre - admiro o poeta com quem partilhei tantos sentimentos;
Vital Moreira - recordo. com saudade, o ilustre tribuno que me levava à AR, uns anos (bastantes) atrás;
Custa-me ver no que se tornaram.
Se calhar estou a precisar de ser mais maleável...
Pois eu não tenho nenhuns mixed feelings: não gostei do tipo de tribuno VM e, ainda menos, do actual político VM.
E acho que o MA continua exactamente igual ao que sempre foi...
Joana, sobre VM, não gostas nem nunca gostaste.
Agora sobre MA, não entendi. Exactamente igual ao que sempre foi, significa o quê? Positivo? Negativo? Ou nem por isso, que é o que eu penso dele actualmente?
O que é isso de MA >0 ou <0? Estás-me a sair muito maniqueísta... :-)
De MA, espero que seja o próximo PR.
Não gosto deste gajo, nem um bocadinho!
Mas se algum professor de ciência política quizer dar aos seus alunos um magnífico exemplo do que é pragmatismo, aí o tem: pronto a servir.
nelson anjos
Está a falar de quem, Nelson: de VM ou de MA?
O meu alegado maniqeísmo, explica-se assim:
>0 Agrada-me incondicionalmente,
<0 Não me agrada de todo,
= Tenho alguma desconfiança.
É claro que entre CS e MA, não tenho dúvida - MA !
Mas continuo a pensar que alguém que está numa organização, e está porque quer, deve respeitar o grupo. Se o grupo ainda não decidiu, deve pressionar internamente. E MA não é um militante qualquer. Não pode ignorar o grupo forçando-o a partir do exterior.
Era o que eu faria se estivesse no lugar dele, e é por isso que mantenho tantas reticências. O protagonismo individual de MA causa-me alguma pele-de-galinha.
Nota para que se entenda melhor: não sou, nunca fui, nem nunca votei PS.
(Apenas hoje voltei a ter acesso à Internet. Por África vai continuando a ser assim).
A poesia é uma meta-racionalidade. Os poetas nunca são pragmáticos. Naturalmente que no meu comentário anterior só me posso estar a referir ao VM
Relativamente ao MA continuo a manter um crédito de simpatia expectante. Creio que se trata de uma espécie de fé residual.
nelson anjos
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