20.1.10

Magister dixit














O inefável doutor que durante umas semanas entrou pelas nossas casas dentro, e que deve andar pela Europa a fazer coisas importantíssimas de que ninguém fala, que se enterneceu com uma árvore de Natal em Nova Iorque mas que sonha ainda com o centralismo democrático, diz agora ao partido, de que é apenas simpatizante, como deve controlar um candidato presidencial de que obviamente não gosta:

«O PS só pode "engolir o sapo" em contrapartida de um compromisso de Alegre no sentido de moderar o seu óbvio "gaullismo" presidencial (que leva consigo o risco de uma inaceitável deriva presidencialista, que o PS sempre combateu), a moderar a sua hostilidade contra os rumos da integração europeia (que as suas críticas ao Tratado de Lisboa e ao mercado interno revelam) e a atenuar a sua oposição à modernização social-democrata da teoria e da prática política do PS (que o levou a uma afinidade electiva com o Bloco de Esquerda).»

9 comments:

Eduardo Miguel Pereira disse...

Vital Moreira a falar de Alegre ...
Nunca o ditado "diz o rôto ao nú" se adequou tão bem !

Vitor M. Trigo disse...

São duas personagens que me inspiram "mixed feelings".

Manuel Alegre - admiro o poeta com quem partilhei tantos sentimentos;

Vital Moreira - recordo. com saudade, o ilustre tribuno que me levava à AR, uns anos (bastantes) atrás;

Custa-me ver no que se tornaram.

Se calhar estou a precisar de ser mais maleável...

Joana Lopes disse...

Pois eu não tenho nenhuns mixed feelings: não gostei do tipo de tribuno VM e, ainda menos, do actual político VM.
E acho que o MA continua exactamente igual ao que sempre foi...

Vitor M. Trigo disse...

Joana, sobre VM, não gostas nem nunca gostaste.

Agora sobre MA, não entendi. Exactamente igual ao que sempre foi, significa o quê? Positivo? Negativo? Ou nem por isso, que é o que eu penso dele actualmente?

Joana Lopes disse...

O que é isso de MA >0 ou <0? Estás-me a sair muito maniqueísta... :-)
De MA, espero que seja o próximo PR.

Anónimo disse...

Não gosto deste gajo, nem um bocadinho!

Mas se algum professor de ciência política quizer dar aos seus alunos um magnífico exemplo do que é pragmatismo, aí o tem: pronto a servir.

nelson anjos

Joana Lopes disse...

Está a falar de quem, Nelson: de VM ou de MA?

Vitor M. Trigo disse...

O meu alegado maniqeísmo, explica-se assim:
>0 Agrada-me incondicionalmente,
<0 Não me agrada de todo,
= Tenho alguma desconfiança.
É claro que entre CS e MA, não tenho dúvida - MA !
Mas continuo a pensar que alguém que está numa organização, e está porque quer, deve respeitar o grupo. Se o grupo ainda não decidiu, deve pressionar internamente. E MA não é um militante qualquer. Não pode ignorar o grupo forçando-o a partir do exterior.
Era o que eu faria se estivesse no lugar dele, e é por isso que mantenho tantas reticências. O protagonismo individual de MA causa-me alguma pele-de-galinha.
Nota para que se entenda melhor: não sou, nunca fui, nem nunca votei PS.

Anónimo disse...

(Apenas hoje voltei a ter acesso à Internet. Por África vai continuando a ser assim).

A poesia é uma meta-racionalidade. Os poetas nunca são pragmáticos. Naturalmente que no meu comentário anterior só me posso estar a referir ao VM

Relativamente ao MA continuo a manter um crédito de simpatia expectante. Creio que se trata de uma espécie de fé residual.

nelson anjos