22.3.10

A grande frustração


Há quem não resista às griffes da Av. da Liberdade, às novidades de El Corte Inglés ou às pechinchas do H & M, a vinhos de altíssima qualidade ou a restaurantes requintadíssimos – posso gostar, mas são dependências que me passam totalmente ao lado. Se me reconheço mais adita quando se começa a falar em FNAC’s, a minha atracção absolutamente irresistível vai para as montras das agências de viagens: vejo tudo, leio o mais pequeno pormenor, comparo itinerários, imagino cheiros e temperaturas, recordo o que já conheço, decido não adiar dez ou quinze destinos.

Hoje, tive de entrar numa por causa da minha próxima viagem ao nordeste da Índia e ao Butão (só falta um mês, ainda falta um mês!...) e vim carregada de prospectos.

Nunca fui a Malaca nem a Kuala Lumpur, nem sequer a Istambul, de Bangkok só conheço o aeroporto (e de que maneira…), de África pouco vi e bem queria fazer uma longa estadia na América Latina, andar pela Bolívia, voltar à Patagónia, viver pelo menos um mês em Buenos Aires.

Eu, que nem gosto muito de cruzeiros, tenho à minha frente um catálogo cheio de ofertas e  com aqueles fascinantes planos detalhados de cada piso dos navios, com camarotes, piscinas, mesas, cadeiras e salva-vidas. Propõem-me vários tipos de voltas ao mundo, em cerca de quatro meses cada uma. Muito curtas: li em tempos a descrição de uma viagem, absolutamente fabulosa, num barco saído de um universo de ficção, que durava quase três anos. Isso é que era!

7 comments:

Cristina Gomes da Silva disse...

Vá sim, Joana. Não há nada melhor que quebrar amarras e partir para outros cais. Para quando as minhas filhas estiverem mais crescidas, também alinhei uns quantos destinos que gostaria de visitar ainda nesta vida.

Joana Lopes disse...

É o grande privilégio dos reformados - terem tempo e, por enquanto (...), algum dinheiro.,

José Meireles Graça disse...

A minha Mulher tava aqui ao lado, e li-lhe o seu texto - não resisti: já que o Destino lhe colocou no caminho, e a paciência dela o tem vindo a conservar, um imprestável parolo, pareceu-me que lhe faria bem tropeçar numa alma gémea. Veja lá o oportunismo das minhas leituras e o sentido entrepreneur do meu feitio: em vez de lhe gabar o texto boto-o logo pr'a render.

Joana Lopes disse...

Diga-lhe que não é caso único e que se meta a caminho: há muitas mulheres que deixam o marido em casa E QUE VIAJAM!!!

Anónimo disse...

Joana Lopes: Eu já ando a ler este post, há dois ou três dias...
Viajar com programa e guia? Sabe que existem em Paris- em Lisboa não sei-e na Alemanha também existem, por outro lado- grupos organizados para, por exemplo, irem ao México, ao Egipto e à Síria,p.exempl. estudar a História e as Mentalidades e viver alternativamente fora do circuito das viagens,dos hotéis e dos rebanhosde turistas predadores. Os grupos não podem ter mais de cinco pessoas, acho eu! Bom Vento! Niet

Joana Lopes disse...

Caro Niet, até me confunde: andar a ler isto há dois ou três dias???

Eu explico e vou escandilizá-lo: viajo burguesmente, em geral com o ACP, que organiza tudo impecavelmente.

Já fiz coisas semelhantes às que sugere, já andei à boleia sozinha pela Europa quando muitos o faziam e também em Portugal quando isso era mais estranho do que ter asas e voar.

Mas há um tempo para tudo e o meu agora é este...

Anónimo disse...

Caríssima: Eu não sabia como pegar na questão.É tudo! Boa viagem! Niet