11.4.10

Delírios americanos


Que os Tea Party estão na moda não é novidade e que Sarah Palin é uma das suas vedetas femininas mais em evidência também não. Também é sabido que nascem todos os dias grupúsculos de extrema-direita, armados até aos dentes.

Mas cresce o tom dos ataques delirantes a Obama – um clandestino que devia ser deportado porque falsificou a certidão de nascimento, um muçulmano que dá suporte a organizações terroristas, um comunista que pretende impor um regime marxista, um nazi comparável a Hitler.

A cereja em cima do bolo é no entanto a verdadeira obsessão pela figura do anticristo: Obama é frequentemente representado com cornos, dentes de drácula e olheiras vermelhas e - pasme-se ! - há 24% dos republicanos que acreditam que é o anticristo que vive na Casa Branca (14%, tendo em conta o conjunto dos americanos). Nem mais!


P.S. - Nem de propósito, via José Gabriel Pereira Bastos, no Facebook:


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1 comments:

Manuel Vilarinho Pires disse...

14% não é muito diferente do que o Le Pen tem conseguido em França, pois não?
Não vejo razão para grande alarme.

Há no entanto uma discrepância entre o grau de combatividade política de Obama e o que se poderia esperar dele que não consigo compreender bem.
Quer-me parecer que ele teve à sua disposição instrumentos para neutralizar com eficácia os ultra-conservadores que o precederam no poder, sem os utilizar.
Não digo no mero plano do combate político, mas mesmo no plano judicial que, como se sabe, pode ser depois ter consequências destrutivas no plano político.
Vou dar um exemplo.
Em Portugal, divulgar nomes de agentes dos serviços secretos dá direito a sair do Governo e ser compensado com lugares em conselhos de administração de empresas participadas pelo Estado.
Nos EUA, dá direito à cadeira electrica.
O Governo anterior ao de Obama divulgou.
E o Governo de Obama não parece ter querido conduzir o assunto para uma investigação séria, que aparentemente poderia ter um potencial ultra-destrutivo para os ultra-conservadores, porque se trata de "traição à pátria" e eles pescam num eleitorado onde "traição à pátria" é inapelavelmente condenado.
Porque Obama não foi por aí, não consigo compreender...