As notícias foram detalhadamente divulgadas mas não tinha visto ainda a fotografia de Dzhennet Abdurajmánova, uma das «viúvas negras» suicidas, autoras dos atentados em Moscovo. E não me sai agora da cabeça.
Que mundo é este em que uma adolescente de 17 anos, ela própria já viúva, se imola assim num crime tão terrível? Independentemente de todas as razões ou da falta delas, de quem tem culpa ou não, já não deveriam ser possíveis coisas destas, na Europa ou à sua porta.
Leio que trinta destas mulheres foram treinadas numa escola corânica da Turquia, que nove já se imolaram assim. Outras o farão, mais inocentes morrerão.
E nós, impotentes perante isto? Não sei, mas não deveríamos sê-lo.
18 comments:
Tenho de admitir que seja natural as pessoas procurarem uma religião. Só assim consigo explicar a mim mesmo porque tanta gente professa uma religião, mesmo os que se intitulam de não praticantes.
Tenho mesmo alguns amigos que me têm "confessado" a pena que sentem de não serem crentes. Não estão a brincar, tenho a certeza. O que me querem dizer é que os crentes se sentem seguros a "qualquer coisa", o que poderá constituir um certo benefício.
Não sei se o que a notícia que referes sobre formação desta senhora num escola corânica seja verdade.
Mas não resisto a dizer-te que tive uma surpresa quando, há bem pouco tempo, resolvi ler (com a possível distância de quem não é crente) a Bíblia e o Alcorão.
Contrariamente ao que sempre ouvira dizer, não fiquei nada convencido que nem uma obra nem a outra projectem a paz entre os homens, especialmente, quando se referem a ataques às suas próprias crenças.
E porque o que aprendi se deveu a leitura não conivente nem praticante, acho que não posso ir além deste comentário.
Mas nem me interessa aqui falar, ou deixar de falar, de motivos religiosos, Vítor...
Infelizmente, a matemática disto é muito feia:
Ou se manda um "Jack Bauer" qualquer da CIA ou do KGB ou mesmo da Mossad ("by the way", a China também deve ter serviços secretos, mas se calhar são mesmo secretos e nunca ouvi falar do nome deles?) localizar e "eliminar" as restantes 21, ou as que escaparem à eliminatória multiplicarão por 30 os eliminados.
E receio que a "nossa" "potência" perante isto não passe além desta equação...
Joana, então não percebi porque relevaste a formaçõa turca da jovem - "Leio que trinta destas mulheres foram treinadas numa escola corânica da Turquia, que nove já se imolaram assim. Outras o farão, mais inocentes morrerão".
Porque num ouro artigo linkado dentro deste do El País havia essa informação.
É óbvio que se sabe que a questão religiosa está presente nesta luta, mas o que eu quis sublinhar foi apenas o absurdo humano.
Ok, entendi.
Eu é que não consigo desvalorizar a raiz religiosa destas coisas.
A ideia q sp me vem à cabeça é a de q todos os "animais" qdo encurralados se "defendem" como podem... É uma razão um tanto primária, mas creio q não mto longe da verdade. A religião apenas poderá servir de "pretexto" ?
A imagem q sp me vem à mente é a de q um animal encurralado sp reage de algum modo... A religião aparece como um suporte e uma fuga, um vislumbre de esperança numa mudança do estado de coisas. Primarismo? Talvez, mas é afinal o q estamos a contemplar.
A imagem q sp me aparece é a de q um animal encurralado sp reage de algum modo. A religião aparece failmente como refúgio, uma esperança de escape e mudança. um tanto primário, mas é isso q estamos a contemplar.
Quem quer ficar realmente mal disposto, mas muito mal disposto, e a sério, pode abrir este link, que pode ajudar a perceber o fenómeno.
http://wikileaks.org/
Mas não o resolve, a solução é mesmo a que eu enunciei antes...
Pois, Manel, já estive para o pôr no blogue, mas...
Que "mas..." mais enigmático...
Será o que eu penso que possa ser?
Se for, não levo a mal se retirares o meu "post".
Enigma nenhum: demasiado terrível, além de que está já por aí em tudo o que é blogue.
"Messias, deus, chefes supremos/nada esperemos de nenhuns/sejamos nós quem conquistemos/a Terra-mãe, livre e comum///Para não ter protestos vãos/para sair deste antro estreito/façamos nós por nossas mãos/tudo o que nos diz respeito".
Primeiro anarquista, depois socialista e comunista... "A Internacional". As dependências religiosas de então, substituídas por outro tipo de dependências acéfalas, igualmente ritualistas e cumpridoras, seguidistas e cegas!
Com a entrega da própria vida, isto já não seria bom. Mas com o sacrifício da vida dos que nos rodeiam? Mas também - e nunca! - o recurso ao unilateralismo na resolução dos peroblemas (complexos!) mundiais!!! Meia dúzia de agentes decidem por nós (ou, mais uma vez, cumprem "ordens" acefalamente) liquidando os que consideram potenciais inimigos? Com que resultados? Não, para sempre, ao estado policial!
Muito trabalho (e tempo!) dará, garantidamente, a informação e reeduc ação dos povos. A Inquisição durou séculos a ser repudiada por todos!!!
Que o que de positivo que as religiões possuam possa servir de reeducação dos seus seguidores. A sua destruição pura e simples traz-nos à memória uma URSS religiosamwente fanática e destruidora dos direitos humaos e do "façamos nós por nossas mãos tudo o que a nós diz respeito". (Embora mesmo aqui, o que me diz respeito poderá não ser igual e concordantea com o que te diz rwespeito...)
Porque tem a ver com isto, porque finalmente a Primavera está aí, porque nem sempre ganhamos a remoer os temas na perspectiva mais penosa, nada como ouvir o Brassens cantar "Mourir pour des idées"!
http://www.youtube.com/watch?v=lLJW0FrQlAM
Boa sugestão: "mourons pour les idées, d´accord, mais de mort lent" e, já agora, "mourir pour les idées, bien!, mais pour lesquelles?"...
Boa sugestão, Manel e boa pergunta, Jorge. Bem, talvez valha a pena irmos VIVENDO por algumas ideias, antes de morrermos, com ou sem elas...
E, já agora, vou pôr o Brassens no Facebook, como continuação desta conversa.
Jorge,
Ou esta outra, "O vous, les boutefeux, ô vous les bons apôtres, mourez donc les premiers, nous vous cédons le pas...".
Joana,
Já lá o puz, como continuação desta conversa. Feel free...
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