«A direcção do PS vai apoiar oficialmente Alegre, mas apenas em dose mínima garantida. Ninguém espera um envolvimento directo do aparelho central do partido na candidatura alegrista, nomeadamente em aspectos logísticos e/ou organizativos. Sócrates, pelo seu lado, deverá invocar a necessidade de o apoio do PS ao candidato-poeta não afectar a cooperação institucional entre o Governo e o PR.» (DN)
Haveria uma decisão alternativa:
«A direcção do PS vai apoiar oficialmente Cavaco, mas apenas em dose mínima garantida. Ninguém espera um envolvimento directo do aparelho central do partido na candidatura cavaquista, nomeadamente em aspectos logísticos e/ou organizativos. Sócrates, pelo seu lado, deverá invocar a necessidade de o apoio do PS ao candidato-economista não afectar a oposição institucional entre o Governo e a Esquerda.»
(Publicado também aqui)
P.S. - Ricardo Alves, no Esquerda Republicana:
«Pairando a suspeita de que Sócrates até prefere que Cavaco continue em Belém, estão criadas as condições para que um voto em Alegre seja simultaneamente um voto num candidato do PS e um voto contra Sócrates. E se Alegre ganhar mesmo em Janeiro de 2011 nestas condições, será o Presidente mais independente de apoios partidários desde o primeiro mandato de Eanes.»
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6 comments:
Na mouche, camarada Joana!
Congratulante abraço
miguel sp
esse dilema lembra-me o Salazar e os alemães e ingleses durante a 2ª Guerra Mundial.
Boa comparação, guardadas as devidas distâncias...
Pois é, Joana, o Ricardo enuncia um raciocínio logicamente irrepreensível, mas cujas premissas empíricas se aproximam do contra-factual. Com efeito, para que o voto em MA fosse um voto contra Sócrates - que, verosimilmente, sim, prefere Cavaco em Belém, como garante da estabilidade de um Bloco Central por si liderado -, seria necessário que MA se desfizesse decididamente da atitude de "compreensão" pelas políticas do Governo que ainda recentemente reafirmou. Ou esta atitude de "compreensão" será diferente de uma atitude de "apoio", e/ou de justificação da "necessidade" da política de Sócrates, desencorajando ao mesmo tempo iniciativas que se lhe oponham?
Abrç
miguel
Miguel,
O teu "ódio" à candidatura MA cega-te: claro que ele tem de se demarcar das políticas do PS e espero que o faça. Btw, isso será tanto mais fácil quando mais fraco for o apoio de Sócrates. Se assim mesmo ganhar... (segue-se o que o Ricardo A. quis dizer, julgo.)
(Repondo resumidamente porque estou a escrever num estranho MAC...)
Joana, é o teu "ódio" - corporativo? - que te cega à superioridade do MAC.
Quanto ao MIC e ao Manuel Alegre, penso que és tu que cedes ao "pensamento desejante". Se alguma coisa de significativo pudesse resultar da candidatura de MA - ainda que derrotada - seria suscitar, facilitar na áera socialista uma oposição consistente à direcção de Sócrates e às suas orientações políticas. Para mim, isso seria desejável - preciso de to dizer? -, além de que, sem que se registe uma viragem, digamos, democrática na área (de influência) socialista, as perspectivas que se anunciam para os tempos que aí vêm se tornam mais sombrias.
Abrç
miguel sp
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