Ler na íntegra, para crer, este texto de Domingos (Freitas do) Amaral, no CM. Quando se escreve assim com 42 anos, tendo um «antigamente» tão recente, nem dá para imaginar o que irá por aquela cabeça quando tiver mais 20. Nem como era aos 15, em plena década de 80, poucos anos depois do 25 de Abril.
«Antigamente, a uma rapariga com ares rudes e masculinos, que gostava de andar à pancada ou de jogar futebol, chamava-se "Maria Rapaz". Era um termo carinhoso para caracterizar aquilo que se considerava uma raridade, com ligeiros laivos de excentricidade. Mas, isso era antigamente. Agora, as coisas mudaram. (…). As conversas entre raparigas, pelo que deduzi, eram uma espécie de competição sobre as actividades que elas praticavam com os namorados, sendo que as que mais impressionavam eram as que mais "coisas" tinham feito.
De repente, dei por mim a pensar que, na época em que eu tinha 15 anos, conversas destas só existiam entre os rapazes. (…) É essa a grande transformação dos últimos vinte anos nas relações entre os homens e as mulheres. Agora, as mulheres são todas "Marias Rapazes". Não porque gostem de andar à pancada ou jogar futebol, e muito menos porque tenham ar masculino, mas porque falam como se fossem homens.»
Segundo a Wikipedia, o autor não é um ilustre desconhecido nem um produto das Novas Oportunidades: «Nasceu a 12 de Outubro de 1967, em Lisboa, Portugal. Filho do político de direita Diogo Freitas do Amaral. Depois de se ter formado em Economia, pela Universidade Católica Portuguesa, e de ter feito um mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Estados Unidos, decidiu seguir uma carreira como jornalista. Trabalhou no extinto jornal O Independente durante onze anos, além de ter colaborado com várias outras publicações, como o Diário de Notícias, Grande Reportagem, City, Invista e Fortuna. Colaborou também com a Rádio Comercial e com a estação televisiva SIC. Actualmente, é o director da revista portuguesa GQ e foi durante sete anos director da Maxmen. Colabora também com o Diário Económico e colaborou igualmente com a revista Grazia.»
Tem cinco livros publicados (até li um deles…) e, last but not the least, a cereja em cima do bolo, que talvez explique tudo: «É apoiante confesso de Salazar, do Fascismo e do Benfica.»
N.B. – O Benfica não tem culpa.
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2 comments:
a wikipedia não é editada. talvez seja efeito disso - e não ironizo
A apostila no final do texto é que era escusada.
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