«Anuncia-se uma greve geral. É preciso dar um sinal forte a todos, traduzido nestas palavras: protesto, luto, reflexão. Protesto contra a irresponsabilidade, mentira e injustiça. Luto, porque o essencial das decisões já vem de fora - Bruxelas, Berlim, FMI. Reflexão: para onde queremos ir?
Mas, quando se reflecte mesmo e se pensa na actual situação e, por exemplo, na teatralização inquietante da vida político-partidária, assalta-nos esta pergunta terrível: onde está a alternativa? Este é o drama e o perigo.»
E também uma grande oportunidade – digo eu.Mas, quando se reflecte mesmo e se pensa na actual situação e, por exemplo, na teatralização inquietante da vida político-partidária, assalta-nos esta pergunta terrível: onde está a alternativa? Este é o drama e o perigo.»
(Foto: Rua do Carmo, em Lisboa - via Paulete Matos no Facebook)
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4 comments:
Cada vez mais dependentes dos especuladores e investidores externos. Cada vez mais devedores aos credores externos. Cada vez menos autónomos. Cada vez mais impostos, cada vez mais desempregados, cada vez menos estado e garantias sociais. Cada vez mais pessimismo, quo vadis, Portugal?
Que a Greve Geral seja um "sinal forte", concordo. Mas duvido que seja ujma "luta".
Acho oportuno o comentário que Jorge Semprun fez a propósito das greves em França, na entrevista que recentemente o «Água Lisa» reproduziu: "(...) lo que quizás me sorprenda más no sea la virulencia de la lucha sino su falta de perspectivas concretas, es decir, que un día se paraliza el país y al día siguiente todo sigue igual. Como si manifestantes y sindicatos interpretaran su papel en una obra ya escrita, pero dieran por perdida la posibilidad de modificar la realidad".
É isto que me aflige: a provável inconsequência de dias de protesto programados com cerca de um mês de antecedência, sem muita autenticidade e convicção, sem emoção... apenas como desabafo!
Não sei se concordo, Jorge.
Para já, não sou apreciadora do Semprun, em geral, e nessa entrevista em particular.
Segundo: uma manifestação destas, envolvendo as duas centrais sindicais e com tudo o que ela implica, não pode, nem deve, ser improvisada - por isso, tem de ser marcada a distância.
Claro que não é uma «luta», mas pode motivá-la e / ou reforçá-la.
Claro que esta Greve é importante, tanto mais que reúne as duas centrais (e até, taticamente, os chamados "trabalhadores sociais-democratas"). Só que, confesso, não espero daí grandes resultados decorrentes... E o Poder também aposta nisso, julgo.
A propósito, achei curiosa a observação que Ferraz da Costa fez hgá alguns dias na rádio, dizendo mais ou menos que achava que a greve se deveria cingir aos funcionários públicos e aos trabalhadores das empresas públicas, deixando de fora o sector privado...
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