18.12.10

Como é que isto vai acabar?



Que receitas terá a aliança FMI/EU para lidar com situações deste tipo, em democracia? Retira o dinheiro que já lá pôs? Expulsa a Grécia do euro? Da própria EU? Manda lá a senhora Merkel? À espanhola, obriga o governo grego a militarizar todos os grevistas? Envia tropas da NATO? Bombardeia a Acrópole?

Perguntar não ofende.
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21 comments:

Anónimo disse...

Em democracia, a maioria dos gregos decidiu votar num governo que baixou as calças ao FMI e agora cumpre, mal ou bem, o seu mandato. Essa é a questão da era pós-ideológica, tudo pode ser justificado pelo voto.
Da minha parte, apelo acho que a solução passa por não pagar a dívida e, evidentemente, sair do euro porque o país não tem pernas para andar mesmo que seja "salvo" pelo fmi ("salva" foi a sua banca, porque está cheia de dinheiro francês e alemão). Está na hora de o Euro se desagregar: o retrocesso está em andamento e não adianta a retórica diária de "FMI ou barbárie".
2011 será negro e mais negro será se a violência não chegar depressa à Grécia: que se queimem bancos, que se ocupem os locais de trabalho e se ponha uma revolução em marcha. Ser "pacifista" é ser-se permitir à democracia que continue a extorquir quem trabalha. A democracia como existe hoje não presta e deve ser derrubada.

Miguel Serras Pereira disse...

Excelente post, Joana.
Aceita, no entanto, que acrescente duas observações, que não exprimem a mínima reserva ao meu aplauso - antes o prolongam.
1. Se pensarmos nas grandes lutas francesas de há pouco, bem como nas condições irlandesas e ibéricas, aproximando tudo isso - e outras coisas, protestos no Reino Unido e em Itália, etc. -, não será evidente que a ausência completa de coordenação, ainda que fluida em termos orgânicos, entre estes movimentos compromete o que poderia ser uma perspectiva de exploração de aternativas ao stautu quo da UE?
2. Creio que seria urgente perguntarmo-nos a nós próprios o que poderíamos fazer em termos de organização e proposta de acção perante a ameaça de reforma autoritária em curso dos regimes europeus, que, neste momento, enquanto continua a precarizar os direitos sociais, se faz sentir também, e cada vez mais, sobre as liberdades cívicas fundamentais.

Abraço solidário

miguel

Joana Lopes disse...

Anónimo,
Embora concorde com uma parte do que diz, não me parece que a saída pura e simples do euro resolvesse o problema da Grécia.

Joana Lopes disse...

Miguel, 200% de acordo contigo. Vejo é longe o dia em que tufo isso aconteça e nem sei como se poderá lá chegar.
Abraço

Anónimo disse...

Qual é a parte com que concorda do meu comentário? (já agora, algo trapalhão porque escrito à pressa)

O ter invocado o pacifismo foi precisamente para a espicaçar. A solução passa, tem de passar, pela violência. Todas as soluções no quadro legal são inofensivas porque são meras cedências da ordem dominante.

A saída do euro pode não ser solução, mas a permanência fragilizará, sem nenhum retorno positivo, a procura interna e paralizará a economia. A Grécia e Portugal padecem, claro, de grandes problemas estruturais: são países que assentam em serviços e terão de deixar de o ser, para que uma opção mais à esquerda seja viável.

Joana Lopes disse...

Caro Anónimo,
A parte em que concordei, no seu primeiro comentário, foi o primeiro parágrafo.

Deixe-me dizer-lhe o seguinte: não é por figura de estilo que o meu post só tem interrogações. É porque tenho mesmo muitas dúvidas quanto ao caminho a seguir, nomeadamente no caso Grécia. Em termos gerais, estou, como já disse, com o que escreveu o Miguel SP: é necessária uma união de esforços, coordenação de acção, sobretudo entre os países mais atingidos, porque agir isoladamente pode ser suicídio.

Está muito enganado se julga que me espicaça com a questão da violência ou do pacifismo… Mas pôr a Europa inteira a derrubar a democracia à pedrada não me parece o meio imediato mais apropriado ou eficaz, até porque existe um fenómeno chamado efeito boomerang.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro(a?) anónimo,
Perante tanto entusiasmo com a violência na Grécia, não resisto a perguntar-lhe se os bancários incendiados são danos colaterais a lamentar, como diria a Drª Condoleezza Rice, ou dois pedacinhos de carvão que não vão travar a marcha imparável do progresso, como ela provavelmente pensaria? Dos pacifistas sabe-se bem o que ela pensava, e é surpreendentemente (ou talvez não...) parecido com o que escreve no seu comentário.

Joana e Miguel,
Se a URSS não se tivesse desagregado, esta lacuna de coordenação não existiria, e a Grécia, tão lá para o oriente da Europa, já poderia a esta hora estar a experimentar "uma perspectiva de exploração de alternativas ao statu quo da UE", e a democracia que, como diz o vizinho de cima, "como existe hoje não presta e deve ser derrubada", já poderia ter sido mesmo derrubada. Mas os gregos já tiveram disso, e é talvez por isso que preferem mesmo assim "votar num governo que baixou as calças ao FMI".
Cumprimentos a todos

Joana Lopes disse...

Manel,
Tu é que estás muito a Leste :-)
O que o Miguel disse, e eu subscrevi, nada tem a ver com o que a URSS faria se ainda existisse.

Manuel Vilarinho Pires disse...

:-)
O que vocês desejariam que existisse não tem a ver com a URSS. Mas a coordenação de insatisfações com regimes autoritários que de facto existiu na Europa foi essa. E nós estivemos bem perto de ser um caso de sucesso dessa coordenação. No nosso caso, teria resultado na instalação de outro regime autoritário...

Joana Lopes disse...

FOI essa, será outra...

Miguel Serras Pereira disse...

Caro Manuel,
a violência pode ser um modo de luta necessário, mas está longe de ser, por si mesma, portadora de virtudes democráticas.
Dito isto, as transformações necessárias, a meu ver, passam por mais e não menos democracia: mais liberdade e mais responsabilidades assumidas pelos cidadãos, mais ocasiões de deliberação e de voto, mais poder nas suas mãos (e não concentração de poderes em corpos de despotismo esclarecido, com ou sem Grande Pai à cabeça).
Tudo o que tenho escrito desde antes de 1974 e tudo o que disse, fiz e escrevi politicamenrte durante os anos quentes foi também contra a ideia de que, uma vez que o povo ou o conjunto dos cidadãos podem enganar-se ou escolher mal, o que há a fazer é reunir um partido, vanguarda, conselho de sábios ou estado-maior científico-militar, para lhes impor o que é o seu "verdadeirto bem" ou a obediência aos seus "verdadeiros interesses históricos".
E se ultimamente tenho insistido na construção de uma espécie de plataforma de democratização como condição de luta consequente contra a ofensiva contra as liberdades e direitos a que assistimos um pouco por toda a parte e que tende a entrar numa fase qualitativamente nova na própria UE, é porque me dou perfeitamente conta de que as soluções de autoridade, passando pelo reforço de uma ou outra espécie de legítimos superiores ou de "governo dos mais competentes", trazem consigo a ameaça de uma peste - pintada de castanho ou vermelho - do tipo da que conhecemos entre as duas guerras.
Por isso, caro Manuel, sugiro-lhe amistosamente que deixe de entronizar um modelo económico, seja ele qual for, como inultrapassável e se pergunte antes como deveremos agir para alargar a liberdade e atingirmos a maioridade política efectiva que os regimes europeus tendem a reconhecer como princípio geral, ao mesmo tempo que a impossibilitam e combatem no seu modo de funcionamento efectivo.
Cordiais saudações democráticas

msp

jpt disse...

Poderemos marcar encontro para as vésperas do Natal de 2011, exactamente aqui. E aposto que as ruínas da Acrópole não terão sido, nem mesmo organicamente, bombardeadas. E aposto ainda que a longa noite não terá caído sobre a pobre população europeia, desprovida de liberdades cívicas e direitos sociais.

Joana Lopes disse...

jpt, primeiro: aprecio o seu optimismo... segundo: uma ano é muito pouco tempo, receio mais 2021.

Anónimo disse...

MVP: os dois bancários que morreram no incêndio eram trabalhadores como você e eu. Os que devem ser expropriados, com ou sem violência são os patrões desses mesmos bancários, homólogos dos que cá se reúnem com Sócrates e Passos Coelho para discutir o orçamento. Em suma, os banqueiros que vivem à custa do Estado, neste verdadeiro corporativismo que provavelmente V. assume como capitalismo: penso que mesmo para quem luta por um capitalismo melhor, há imenso a fazer. Importa, pois, romper com essa relação de poderes. Não é por estarmos no século XXI que temos de ser mais civilizados, se isso implicar ser amestrados e se tudo se traduzir em estatísticas que mais não dizem que os mais ricos acumularam muito e os mais pobres o pagaram. Tudo dentro da legitimidade do voto, claro.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Caro Miguel (e Joana),

A referência soviética foi, como a Joana se deu conta (deste, não deste, Joana?) um brincadeira...
Mas que tem origem numa convicção séria minha, a de que nunca ninguém coordenou nem conduziu movimentos de descontentamento popular com violência sem ser para os levar, muitas vezes com sucesso, à confiscação da liberdade.
Também confesso que não li o que foi escrevendo antes ou desde o 25 de Abril mas acredito, pelo que li nesta meia dúzia de meses, que não é apreciador de ditaduras, mesmo das de esquerda (por favor, evitemos ficar a discutir a opinião de que, se é ditadura, não é de esquerda).
Não tenho a certeza de que a observação da desagregação da autoridade de um estado, como a que se começa a observar na Grécia, nomeadamente ao perceber a impunidade de que estão a gozar os autores de crimes contra a propriedade ou contra pessoas, não suscite em si uma esperança de substituição da ordem vigente por outra ordem mais próxima da que gostaria de ver implantada...
Se acredita, devo dizer-lhe que considero mais realista o comentário delirante do anónimo de cima, que percebe bem que este clima de violência que tanto excitação sanguinária lhe suscita conduz mas é à eliminação da democracia, e nunca à implantação de um sistema de respeito pela liberdade, pela igualdade e pela fraternidade.
Mas, mesmo que acredite que a violência possa conduzir a alguma coisa melhor e possa ser, portanto, um modo de luta necessário, devo dizer-lhe que fico desapontado por não lhe ver um comentário a desejar e apelar a que os assassinos dos bancários gregos sejam identificados, julgados e condenados, porque eu, pessoalmente, não acredito nunca na inocência dos danos colaterais.

E chegamos à economia.
Eu não entronizo um modelo económico, mas valorizo muito a possibilidade de acordar todos os dias sem me ter escondido numa caverna ou num ramo alto de uma árvore e de conseguir comer sem ser obrigado a passar todo o dia a correr, metade para caçar, outra metade para não ser caçado.
Ou seja, vejo boas possibilidades de melhorar, tanto o sistema político de democracia representativa em que vivemos, como o sistema económico de economia de mercado em que nos alimentamos, mas não vejo razões que justifiquem a sua substituição.
E, dando um grande salto para a circunstância actual em que parecemos ameaçados de vir a perder a nossa liberdade para sermos comandados pela UE, pela Srª Merkel e pelo FMI, faço aqui um apelo: olhemos, não para aquilo que os outros poderiam fazer por nós e para o que não nos resta senão implorar, mesmo que tenhamos vontade de exigir, mas para aquilo que podemos fazer por nós. É uma atitude de responsabilidade e de maturidade política.
E, se o fizermos, reconheçamos que, bem ou mal distribuído (e foi obviamente mal), e bem ou mal gasto (e foi obviamente mal), vivemos há décadas acima das nossas possibilidades, gastando mais do que ganhamos e financiando os gastos através de crédito. Que os credores começaram a duvidar (não necessariamente por perversidade, mas com algum realismo) da nossa capacidade de liquidar as dívidas, e vão exigindo juros cada vez mais, altos, e hesitando cada vez mais para nos continuarem a emprestar dinheiro. Que, a não ser que gozassemos de uma posição de dominação sobre quem nos pode emprestar (e não gozamos), não temos capacidade de exigir que nos continuem a emprestar. Que, neste conjunto de circunstâncias, somos forçados a reduzir os nossos gastos, a viver com o que temos, a não gastar mais do que ganhamos. Que nos podemos esconder atràs da ilusão de que isto é uma exigência da UE, da Srª Merkel ou do FMI, mas não é, é apenas uma consequência do que fizemos no passado...
Não é um quadro agradável de encarar mas, se partirmos daqui, talvez possamos desenhar um caminho de saída da crise em que estamos. Se preferirmos esperar ou exigir soluções dependentes de terceiros, é melhor esperarmos sentados, mais pedrada, menos pedrada, mais incêndio, menos incêndio, mais greve, menos greve...
Abraços fraternais e democráticos...

Joana Lopes disse...

Manel,
«Se partirmos daqui, talvez possamos desenhar um caminho de saída da crise em que estamos.»
Achas que é o que governo de Sócrates está a fazer? Esperas que um futuro governo de Passos Coelho o faça?

Manuel Vilarinho Pires disse...

Não. Nem um, nem outro.
Aliás, nenhum deles parece assumir que o que é preciso fazer é o que está na nossa mão fazer, qualquer deles parece preferir entrar no jogo de ilusões de dar sinais para fora, tranquilizar os mercados, satisfazer as exigências da UE ou do FMI, a encarar que o que tem de ser feito é por necessidade nossa, e não por exigência de terceiros.
E, além de desonesta, porque esconde as responsabilidades de termos chegado a esta situação, esta ilusão é votada ao insucesso, porque ninguém está disposto a passar a viver pior do que vive só para satisfazer exigências de terceiros.
E daí à pedrada, ao incêndio, e à exigência de acabar com a democracia é um pequeno salto...
Mas, capaz ou incapaz, o que tem de ser feito deve ser feito por quem seja eleito democraticamente para o fazer, e não pela minha (ou nossa) douta (!) visão sobre os caminhos de saída da crise.

Anónimo disse...

MVP: para si, "ordem" é sinónimo de uma sociedade fortemente desigual, em que é perfeitamente legítimo nascer-se rico e viver dos rendimentos, que entretanto outros têm de fazer render pelo seu trabalho. Na realidade, o mundo continua bem igual ao que foi em tempos. Em tempos a indústria automóvel empregava milhões de trabalhadores, depois veio a automação e foi toda a gente despedida, e os proprietários continuaram a fazer render o seu capital. Nada disto o belisca minimamente? Essa sua impertinência de declarar que vivemos acima das possibilidades deita ao lixo todo o progresso tecnológico, benefícios esses acumulados nos bolsos de quem tudo tem.

Para mim, a revolução será o acto de transformar a sociedade no oposto àquilo que para si representa "ordem". Se a "ordem" tiver de descambar em "desordem" violenta, assim seja, isto é, estou com o MSP. Todos sabemos que o presente é fruto de muita luta histórica (incluindo o acesso ao voto) que recorreu ocasionalmente à violência. Os grandes momentos da história do ser humano foram aqueles passos em direcção ao desconhecido... 1871, 1917 e por que não a revolta da Hungria e mesmo a queda do Muro.

Manuel Vilarinho Pires disse...

Uma pequena precisão: viver acima das possibilidades é ganhar "x" e gastar "y", sendo "x" menor que "y".
É apenas matemática, e a matemática não contém impertinência, a não ser aos olhos dos que preferem descrever o mundo sem a exigência de rigor da matemática.

Joana Lopes disse...

Manel,
«Mas, capaz ou incapaz, o que tem de ser feito deve ser feito por quem seja eleito democraticamente para o fazer, e não pela minha (ou nossa) douta (!) visão sobre os caminhos de saída da crise.»
O que sobra para a actividade política e cívica dos cidadãos? Esperar pela próxima vez de pôr um voto na urna, de braços cruzados (sabendo, de antemão, que desse acto resultará, apenas, o mesmo ou um outro qualquer José Sócrates ou Passos Coelho)?

Manuel Vilarinho Pires disse...

Mas também "...vejo boas possibilidades de melhorar, tanto o sistema político de democracia representativa em que vivemos...".
Vou dar um exemplo que já repeti vezes sem conta: a eleição dos deputados à AR em círculos uninominais. Devolveria aos eleitores o poder que lhes foi confiscado pelos partidos de escolher os deputados, e à AR a autoridade que lhe foi confiscado pelo Governo de determinar as políticas e fiscalizar a sua aplicação, em nome dos eleitores.
Tornemos as instituições da democracia representativa mais representativas dos cidadãos, e menos dos partidos, e ela será mais democracia e mais representativa.

Evidentemente que as eleições, mesmo numa democracia mais genuinamente representativa, não esgotam a intervenção cívica que os cidadãos podem e devem ter. Até estas nossas discussões na net, por insignificantes e limitadas que sejam, são uma forma de intervenção cívica (de onde considerar surpreendente e decepcionante ver alguém pensar que possa estar tudo dito...).
Mas o tipo de acontecimentos que inspirou este "post" e alguns dos comentários deve suscitar pelo menos duas linhas de análise.
A primeira é a fronteira entre a intervenção cívica e o vandalismo. Não é preciso grande esforço analítico para perceber que partir montras, incendiar automóveis ou imolar empregados bancários não é intervenção cívica, na mesma medida em que disparar "very-lights" contra a bancada adversária não é desporto. É crime, mesmo que cometido no meio de uma multidão que concorde com ele e esteja disposta a ajudar a encobri-lo.
A segunda é a eficácia, e tem a ver com a facilidade com que se erra grosseiramente o alvo, dirigindo a indignação aos sintomas, em vez de a dirigir à raiz do mal. Como se partir todos os termómetros erradicasse as infecções.
Vou mais uma vez dar um exemplo, neste caso trazido pelo Miguel: "as grandes lutas francesas", desencadeadas para contrariar o aumento da idade de reforma. Na verdade, não há dinheiro para manter o sistema de reformas tal como existe, nem é possível sufocar uma geração, obrigando-a a sustentar-se e à geração seguinte, como é natural, e a sustentar a anterior que viveu muitos anos mas teve poucos filhos. Se os jovens franceses querem mesmo, como parece terem manifestado nestas lutas, garantir a reforma aos 60, têm é que desatar a fazer filhos, e não a manifestar indignação pelo aumento da idade da reforma inevitável se não os tiverem.
Se se quer intervir na solução de um problema, é necessário identificar o que é que na raiz desse problema está ao nosso alcance alterar, e exigir a sua alteração, e não identificar inimigos abstractos e inatingíveis (não vou repetir a m-word para não dizeres que sou obcecado por ela) e exigir deles soluções que eles não têm obrigação nem vontade de facultar.