Com todas as grandes e indiscutíveis diferenças e distâncias, foi impossível não ver a Praça Tahrir como um enorme Largo do Carmo - pelo menos para quem lá esteve há quase 37 anos.
Só com uma "pequena" diferença: em Portugal não foi o Povo em massa que concretizou a revolução, pois tratou-se de um Golpe de Estado, e talvez por isso, é que nos encontramos nesta situação, em que o povo por mais que lhe "batam" continua sem reagir! Seremos para sempre um povo de brandos costumes?
Não concordo, Fenix: em Portugal, não houve só um golpe de estado mas também uma revolução. E o 25 de Abril não nasceu do nada, nem os capitães eram ET's. Não há duas situações iguais.
O Povo aceitou, e muito bem, a possibilidade da Democracia. Claro que os capitães também são povo, mas a diferença é que o povo português actualmente está à espera que alguém faça o seu trabalho, que é exigir que de facto se viva em democracia, e não numa oligarquia. E a abstenção eleitoral é confrangedora, por isso eu insisto em afirmar que o 25 de Abril foi dar pérolas a porcos!
Sem o 25 de Abril, estaríamos como? Neste momento, o nosso mal é antes de mais europeu (não «a crise», como Sócrates a pinta), mas a falta de horizontes, num capitalismo esgotado mas ainda sem substituto à vista.
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Só com uma "pequena" diferença: em Portugal não foi o Povo em massa que concretizou a revolução, pois tratou-se de um Golpe de Estado, e talvez por isso, é que nos encontramos nesta situação, em que o povo por mais que lhe "batam" continua sem reagir! Seremos para sempre um povo de brandos costumes?
Não concordo, Fenix: em Portugal, não houve só um golpe de estado mas também uma revolução. E o 25 de Abril não nasceu do nada, nem os capitães eram ET's.
Não há duas situações iguais.
O Povo aceitou, e muito bem, a possibilidade da Democracia. Claro que os capitães também são povo, mas a diferença é que o povo português actualmente está à espera que alguém faça o seu trabalho, que é exigir que de facto se viva em democracia, e não numa oligarquia. E a abstenção eleitoral é confrangedora, por isso eu insisto em afirmar que o 25 de Abril foi dar pérolas a porcos!
Sem o 25 de Abril, estaríamos como? Neste momento, o nosso mal é antes de mais europeu (não «a crise», como Sócrates a pinta), mas a falta de horizontes, num capitalismo esgotado mas ainda sem substituto à vista.
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