Directamente do mural do Vasco Barreto no Facebook, sem tirar nem pôr:
«Quando o Leste ruiu, pediram contas ao PCP e gozaram-no. Agora que a liga de Estados Árabes treme, ninguém pede contas ao PS, que reunia com ditadores na Internacional Socialista e era amicíssimo de Kadafi. São as vantagens do centrão, em contexto de política internacional. Mas entretanto, será que é possível calar Basílio Horta e o seu discurso sobre as exportações?»
Vangloriam-se como arautos de valores a que dizem não renunciar e apregoam-no todos os dias. Mas quando recebem ditadores ou quando os visitam, e alguém ousa escandalizar-se por haver um ensurdecedor silêncio em matéria de exigências mínimas de respeito pelos direitos humanos, eles e os arautos da real politik encolhem os ombros.
Quando os mesmíssimos ditadores caem (há uns melhores do que outros, segundo o peso na balança de importações / exportações), calam-se enquanto podem, emitem mais tarde uns piedosos comunicados.
Tudo ridiculamente secundário quando vemos imagens, por exemplo, do que se passa na Líbia. Aguarda-se que seja ouvido o apelo da «Human Rights Watch»:
«Human Rights Watch calls on the African Union, the European Union, France, Italy, the United Kingdom, the United States, and other governments with ties to Libya to:
• Publicly demand an end to unlawful use of force against peaceful protesters;
• Announce that those responsible for serious violations of international human rights law must be held individually accountable and will be subjected to appropriate measures;
• Impose an embargo on all exports of arms and security equipment to Libya; and
• Tell Libya to restore access to the internet.»
P.S. - Uma lágrima pelo negócio de JP Sá Couto: terão de procurar um outro ditador que fique com o milhão de Magalhães que a Líbia ia comprar.
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4 comments:
Aquela do orgulhosamente sós, passou à história, agora qualquer companhia é bem vinda.
Lembro-me que quando o Mobutu caiu, Mário Soares apareceu sem razão aparente na TV a dizer "apenas o conhecia de vista e nunca tinha sido amigo dele", negando mesmo que Mobutu tivesse visitado Portugal várias vezes por ano, oferencendo jantares (e talvez outras coisas) a Soares e comandita
Deus me livre de defender socialistas e a sua deles Internacional. Mas a comparação com o PCP não colhe: A IS não queria importar os regimes dos países muçulmanos "socialistas" para o Ocidente; apenas queria fazer negócios. Já o PCP queria importar o regime que com o Muro se esboroou.
Não foi isso que VB escreveu, JMG. Não compara PCP com IS, mas a complacência generalizada para quem é amigo de ditadores, como Kadafi, sem os denunciar.
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