De tudo o que li, até agora, sobre a derrota da esquerda nas eleições de ontem, gostaria de ter escrito a crónica do Rui Tavares, no Público de hoje (sem link).
(Clicar na imagem para ler.)
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5
comments:
Jorge Conceição
disse...
Gostei do artigo do Rui Tavares, embora já tenha lido coisas melhores escritas por ele.
Eu não me considero ser da esquerda radical e também tenho dúvidas que ela tenha estado representada na Assembleia da República. Ou talvez até não saiba o que é a esquerda radical.
Mas considero um eufemismo dizer-se que até agora havia uma maioria de esquerda no parlamento. A esquerda faz-se pela sua prática e também pela sua ideologia. Se por vezes esta parece ausente do actual PS, aquela (a actividade política) nunca esteve presente durante todo o período de governação de José Sócrates, com o apoio da sua bancada parlamentar. Isto é, acho que nunca ali esteve nenhuma maioria de esquerda mas tão somente (como aliás irá acontecer a partir de agora) intervenções pontuais de esquerda da autoria do BE e do PCP, mas sem uma linha ideológica sólida e coerente em todos os momentos.
Relativamente aos chamados partidos socialistas ou sociais democratas europeus, acho que o deixaram voluntariamente de ser a partir do momento em que abraçaram a chamada terceira via do Blair e passaram então a ser meros colaboradores das políticas neo-liberais.
Esquerda «radical» é o termo que está a dar, desde há alguns anos, à falta de melhor - veio subsituir extrema-esquerda...
Incluir ou não o PS na esquerda é uma eterna questão e, no meu netender, só tem um significado relativo: neste seis anos, esteve menos à direita que PSD e CDS, nomeadamente nas chamadas questões fracturantes (aborto, etc.) e nalguns temas de carácter social. Não, de todo, nas arenas económico-financeiras.
Há dias vi num post do FB em que o André Freire falava da "esquerda radical" alguém num comentário, para não haver confusão, referir-se ao PS como "esquerda eufemistica".
Não podemos deixar de responsiblizar essa esquerda que quis "pagar a dívida em suaves prestações"...conciliar com o capitalismo paga-se caro e falta de uma ideologia. Quem disse bem alto que Não Pagamos, conseguiu duplicar os seus votos, PCTP/MRPP, mesmo com a censura miserável às suas ideias. Portanto nada de escamotear os factos...e já agora considerar o PS de esquerda é de bradar os céus...
5 comments:
Gostei do artigo do Rui Tavares, embora já tenha lido coisas melhores escritas por ele.
Eu não me considero ser da esquerda radical e também tenho dúvidas que ela tenha estado representada na Assembleia da República. Ou talvez até não saiba o que é a esquerda radical.
Mas considero um eufemismo dizer-se que até agora havia uma maioria de esquerda no parlamento. A esquerda faz-se pela sua prática e também pela sua ideologia. Se por vezes esta parece ausente do actual PS, aquela (a actividade política) nunca esteve presente durante todo o período de governação de José Sócrates, com o apoio da sua bancada parlamentar. Isto é, acho que nunca ali esteve nenhuma maioria de esquerda mas tão somente (como aliás irá acontecer a partir de agora) intervenções pontuais de esquerda da autoria do BE e do PCP, mas sem uma linha ideológica sólida e coerente em todos os momentos.
Relativamente aos chamados partidos socialistas ou sociais democratas europeus, acho que o deixaram voluntariamente de ser a partir do momento em que abraçaram a chamada terceira via do Blair e passaram então a ser meros colaboradores das políticas neo-liberais.
Esquerda «radical» é o termo que está a dar, desde há alguns anos, à falta de melhor - veio subsituir extrema-esquerda...
Incluir ou não o PS na esquerda é uma eterna questão e, no meu netender, só tem um significado relativo: neste seis anos, esteve menos à direita que PSD e CDS, nomeadamente nas chamadas questões fracturantes (aborto, etc.) e nalguns temas de carácter social. Não, de todo, nas arenas económico-financeiras.
Há dias vi num post do FB em que o André Freire falava da "esquerda radical" alguém num comentário, para não haver confusão, referir-se ao PS como "esquerda eufemistica".
O André Freire tem uma concepção muit especial e lata do que é a «esquerda radical». Já tenho discutido o assunto com ele.
«Eufemística» parece-me bem para o PS! :-)
Não podemos deixar de responsiblizar essa esquerda que quis "pagar a dívida em suaves prestações"...conciliar com o capitalismo paga-se caro e falta de uma ideologia.
Quem disse bem alto que Não Pagamos, conseguiu duplicar os seus votos, PCTP/MRPP, mesmo com a censura miserável às suas ideias.
Portanto nada de escamotear os factos...e já agora considerar o PS de esquerda é de bradar os céus...
Rui Mateus
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