Esta de os Ingleses serem atacados pelos pobres, dá voltas ao miolo da gente. Mas alem de Londres, tambem no Algarves são atacados pelos pobres. E até no Afeganistão e no Iraque passam as passas do Algarve.
Estes rapazinhos que estão a destruir o país que os acolheu e sustenta, depois de detidos e identificados, deviam ser metidos num barquinho e enviados para donde vieram, eles ou os pais. Mesmo que tenham nascido em Inglaterra.
No domingo vi na tv uns senhores justificarem esta selvejaria com a falta de informação da policia em relação à morte da pessoa que originou este imbroglio. A policia é parca em informação e eles desatam a roubar e a destruir o que não lhes pertence? Claro que a comunicação social já tenta justificar os comportamentos animalescos desta tratando-os por “incompreendidos” e não como "scum".
Nas Falklands os britânicos entraram a matar, aqui estão a deixar os vândalos destruir o seu próprio país, com a polícia a fugir deles. Havia de ser na Russia ou nos EUA e isto já teria terminado, ou melhor nem haveria espaço para começar pois a polícia lá faz juz ao crachá que usa.
A Europa tem este barril de pólvora pronto a explodir e o mais caricato é que ninguém está preparado para conter isto, porque teimam em fechar os olhos e julgam que tudo cabe neste continente europeu.
Uma quarta sugestão de leitura: http://viasfacto.blogspot.com/2011/08/ainda-sobre-os-motins-em-londres.html
O Septuagenário sabe que são pobres os que atacam os ingleses no Algarve? Ou apenas gosta de pensar que são e, portanto, prefere acreditar nesse pressuposto?
Engraçado como a extrema-direita, com a inteligência que lhe é tão característica e que lhe confere popularidade entre as camadas mais ignorantes da população, não consegue enxergar a intervenção policial musculada como a origem dos incidentes, e olha para ela como a sua solução milagrosa.
'- Inglaterra antecipa o que acontecerá no Estado espanhol, Itália e provavelmente na França quando a sociedade tenha que pagar a conta da política neoliberal e as guerras que estão a esgotar os recursos.
Não admira que as revoltas que explodiram em quase todas as grandes cidades inglesas sejam recebidas pelo governo, pelos tabloides e os meios principais, ao menos inicialmente, com os habituais lugares comuns: além do óbvio "gangues", a instrumentalização criminosa, os grupos juvenis, a habitual gente de fora e assim adiante. É o exorcismo de sempre perante aquilo que mais ou menos se podia prever e que tem notabilíssimos precedentes nas metrópoles ocidentais, dos "riots" de Los Ángeles do 1992 à explosão dos "balieues" de Paris no 2005.
Uma vista de olhos nos vídeos transmitidos pela BBC, pelo site do The Guardian, Al Jazeera, etc, esclarece imediatamente que a realidade é completamente diferente. A revolta é capital, largamente espontânea, por mais que foi facilitada pela disponibilidade de tecnologias de informação de baixo custo, e sobretudo transversal. Nas ruas vêem-se jovens encarapuzados, adolescentes que se enfrentam à polícia e gente de todas as idades que saqueiam os comércios. De toda origem e proveniência, mas acomunados pelo viver nos distritos mais pobres que circundam o centro privilegiado e de moda de uma das capitais da finança mundial.
Nada de surpreendente no facto de que, para além da polícia, muito detestada, sejam alvo os comércios como Sony, Foot Locker e MacDonald, as lojas de joias e os grandes armazéns. Ou seja, os símbolos tangíveis de uma opulência alta ou média da que, evidentemente, uma grande parte da população londrina está excluída. Exatamente como em Los Ángeles em 1992 a população do South Central ocupou os bairros ocidentais e abastados da metrópole e em Paris, em 2005, os habitantes dos "banlieues" atacaram a ferro e fogo os Campos Elísios.
Na forma elementar e pré-política do saque, trata-se de luta de classes. Exatamente isso que o "establishment" inglês exorciza falando de mero vandalismo e as primeiras e tímidas vozes de especialistas das várias comunidades locais ou ativistas sociais começam a definir por aquilo que é, reação aos cortes impostos pelo governo conservador.
Por outra parte, as manifestações do passado inverno contra o aumento das taxas universitárias eram um sinal clamoroso do mal-estar juvenil pela proletarização dos membros mais débeis das camadas médias. O bem-estar de uma das sociedades consideradas mais estáveis do Ocidente foi sempre aparente. Ou melhor, é um bem-estar limitado aos que vivem de finanças e dos seus desenvolvimentos (o comércio, a informação, os serviços, o luxo, etc.), mas que não atinge ao resto da sociedade, largamente desindustrializada e empobrecida.
Que hoje sejam proibidos até os jogos de futebol na Inglaterra, um desporto tradicionalmente considerado capaz de absorver os conflitos sociais e geracionais, diz bastante. Não se trata somente de uma medida de ordem público. É o sinal de que a sociedade inglesa, sob a aparência dos seus rituais de massas, está profundamente em crise.
O que surpreende mais é que ninguém relacione as revoltas inglesas com a crise financeira que faz anos está a se incubar no Ocidente e hoje parece que se dirige a uma catástrofe. Londres designadamente, como terceira praça financeira no mundo, é a expressão do domínio das finanças sobre a economia real.
No mundo, o volume da prima é hoje seis vezes o do seu valor real. O ataque à dívida pública, ou seja à soberania do estado, por parte da especulação internacional, encontra somente as respostas habituais de uma política económica recessiva e submetida aos ditados das sociedades de "rating", ou seja aos bancos estado-unidenses e ingleses. Mas, a onde podem levar os cortes às pensões, à alta formação, à segurança social e a assistência médica? Exatamente ao que está a acontecer na Inglaterra.
Neste senso, Londres e Birmingham, Bristol e Manchester antecipam o que inevitavelmente acontecerá no Estado espanhol, Itália e provavelmente França quando a sociedade tenha que pagar a conta de uma política obtusamente liberal e das guerras insensatas que estão a esgotar os recursos dos estados ocidentais. Certamente, as sublevações não se podem prever, mas uma crise social sem precedentes está nas portas, e até, já começou.» Alessandro Dai Lago
8 comments:
Esta de os Ingleses serem atacados pelos pobres, dá voltas ao miolo da gente.
Mas alem de Londres, tambem no Algarves são atacados pelos pobres.
E até no Afeganistão e no Iraque passam as passas do Algarve.
http://funnywannadie.blogspot.com/2011/08/london-call.html
Fiz link, e o Rogérito fez uma redacção sobre o dito
Estes rapazinhos que estão a destruir o país que os acolheu e sustenta, depois de detidos e identificados, deviam ser metidos num barquinho e enviados para donde vieram, eles ou os pais. Mesmo que tenham nascido em Inglaterra.
No domingo vi na tv uns senhores justificarem esta selvejaria com a falta de informação da policia em relação à morte da pessoa que originou este imbroglio. A policia é parca em informação e eles desatam a roubar e a destruir o que não lhes pertence?
Claro que a comunicação social já tenta justificar os comportamentos animalescos desta tratando-os por “incompreendidos” e não como "scum".
Nas Falklands os britânicos entraram a matar, aqui estão a deixar os vândalos destruir o seu próprio país, com a polícia a fugir deles. Havia de ser na Russia ou nos EUA e isto já teria terminado, ou melhor nem haveria espaço para começar pois a polícia lá faz juz ao crachá que usa.
A Europa tem este barril de pólvora pronto a explodir e o mais caricato é que ninguém está preparado para conter isto, porque teimam em fechar os olhos e julgam que tudo cabe neste continente europeu.
E se forem ingleses brancos e louros, desde a Idade Média? É que se vêem muitos nas imagens... Forca? Cadeira eléctrica? É só para saber.
Uma quarta sugestão de leitura:
http://viasfacto.blogspot.com/2011/08/ainda-sobre-os-motins-em-londres.html
O Septuagenário sabe que são pobres os que atacam os ingleses no Algarve? Ou apenas gosta de pensar que são e, portanto, prefere acreditar nesse pressuposto?
Engraçado como a extrema-direita, com a inteligência que lhe é tão característica e que lhe confere popularidade entre as camadas mais ignorantes da população, não consegue enxergar a intervenção policial musculada como a origem dos incidentes, e olha para ela como a sua solução milagrosa.
'- Inglaterra antecipa o que acontecerá no Estado espanhol, Itália e provavelmente na França quando a sociedade tenha que pagar a conta da política neoliberal e as guerras que estão a esgotar os recursos.
Não admira que as revoltas que explodiram em quase todas as grandes cidades inglesas sejam recebidas pelo governo, pelos tabloides e os meios principais, ao menos inicialmente, com os habituais lugares comuns: além do óbvio "gangues", a instrumentalização criminosa, os grupos juvenis, a habitual gente de fora e assim adiante. É o exorcismo de sempre perante aquilo que mais ou menos se podia prever e que tem notabilíssimos precedentes nas metrópoles ocidentais, dos "riots" de Los Ángeles do 1992 à explosão dos "balieues" de Paris no 2005.
Uma vista de olhos nos vídeos transmitidos pela BBC, pelo site do The Guardian, Al Jazeera, etc, esclarece imediatamente que a realidade é completamente diferente. A revolta é capital, largamente espontânea, por mais que foi facilitada pela disponibilidade de tecnologias de informação de baixo custo, e sobretudo transversal. Nas ruas vêem-se jovens encarapuzados, adolescentes que se enfrentam à polícia e gente de todas as idades que saqueiam os comércios. De toda origem e proveniência, mas acomunados pelo viver nos distritos mais pobres que circundam o centro privilegiado e de moda de uma das capitais da finança mundial.
Nada de surpreendente no facto de que, para além da polícia, muito detestada, sejam alvo os comércios como Sony, Foot Locker e MacDonald, as lojas de joias e os grandes armazéns. Ou seja, os símbolos tangíveis de uma opulência alta ou média da que, evidentemente, uma grande parte da população londrina está excluída. Exatamente como em Los Ángeles em 1992 a população do South Central ocupou os bairros ocidentais e abastados da metrópole e em Paris, em 2005, os habitantes dos "banlieues" atacaram a ferro e fogo os Campos Elísios.
Na forma elementar e pré-política do saque, trata-se de luta de classes. Exatamente isso que o "establishment" inglês exorciza falando de mero vandalismo e as primeiras e tímidas vozes de especialistas das várias comunidades locais ou ativistas sociais começam a definir por aquilo que é, reação aos cortes impostos pelo governo conservador.
Por outra parte, as manifestações do passado inverno contra o aumento das taxas universitárias eram um sinal clamoroso do mal-estar juvenil pela proletarização dos membros mais débeis das camadas médias. O bem-estar de uma das sociedades consideradas mais estáveis do Ocidente foi sempre aparente. Ou melhor, é um bem-estar limitado aos que vivem de finanças e dos seus desenvolvimentos (o comércio, a informação, os serviços, o luxo, etc.), mas que não atinge ao resto da sociedade, largamente desindustrializada e empobrecida.
Que hoje sejam proibidos até os jogos de futebol na Inglaterra, um desporto tradicionalmente considerado capaz de absorver os conflitos sociais e geracionais, diz bastante. Não se trata somente de uma medida de ordem público. É o sinal de que a sociedade inglesa, sob a aparência dos seus rituais de massas, está profundamente em crise.
O que surpreende mais é que ninguém relacione as revoltas inglesas com a crise financeira que faz anos está a se incubar no Ocidente e hoje parece que se dirige a uma catástrofe. Londres designadamente, como terceira praça financeira no mundo, é a expressão do domínio das finanças sobre a economia real.
No mundo, o volume da prima é hoje seis vezes o do seu valor real. O ataque à dívida pública, ou seja à soberania do estado, por parte da especulação internacional, encontra somente as respostas habituais de uma política económica recessiva e submetida aos ditados das sociedades de "rating", ou seja aos bancos estado-unidenses e ingleses. Mas, a onde podem levar os cortes às pensões, à alta formação, à segurança social e a assistência médica? Exatamente ao que está a acontecer na Inglaterra.
Neste senso, Londres e Birmingham, Bristol e Manchester antecipam o que inevitavelmente acontecerá no Estado espanhol, Itália e provavelmente França quando a sociedade tenha que pagar a conta de uma política obtusamente liberal e das guerras insensatas que estão a esgotar os recursos dos estados ocidentais. Certamente, as sublevações não se podem prever, mas uma crise social sem precedentes está nas portas, e até, já começou.»
Alessandro Dai Lago
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