25.9.11

Keep calm and carry on?


Julgo que Ana Sá Lopes tem parcialmente razão, na crónica que ontem publicou no jornal «i», quando conclui que os portugueses voltariam a escolher hoje o PSD (colocando-o mesmo no limiar da maioria absoluta) «porque não vêem nenhuma alternativa ao buraco negro» em que se encontram – quase «em guerra», numa «espécie de ocupação e em combate (às vezes passivo) numa guerra da moeda em que podemos acabar todos economicamente mortos». E fazem-no apesar de só considerarem o actual governo «bom» ou «muito bom» numa percentagem relativamente baixa (32%).

Tal como a autora do texto, também não penso que se pronunciem movidos propriamente por masoquismo, mas não excluo, muito pelo contrário, que seja o sentimento de «fatalidade», que sempre nos marcou ao longo da nossa história, um dos principais motores do que está em causa.

O facto é visível em muitos inquéritos de rua sobre os novos «sacrifícios» impostos todos os dias («tem de ser, não é?») e, recuando um pouco, no modo como que foi e é aceite a solução encontrada na presença salvífica de FMI/BCE – vista, e votada, como inevitável.

Nem a corrida para o abismo da Europa em geral, e da Grécia em particular, parece abalar o nosso «fado» e a maioria dos portugueses parece continuar a pretender caminhar num túnel sem qualquer sombra de luz e a votar em quem nele nos manterá.

Até quando?
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