Morreu Vann Nath, um dos sete cambojanos que sobreviveu a S21, a terrível prisão cambojana nos killing fields, em Tuol Sleng, nos arredores de Phnom Penh. E escapou à morte porque sabia pintar e Pol Pot apreciava os seus desenhos…
Há hoje notícias detalhadas sobre a sua vida em toda a imprensa mundial, mas vale a pena ouvir esta conversa que teve com Jorge Semprún, sobrevivente de um outro genocídio:
Por mais que se leia, será sempre difícil realizar o horror que aconteceu naquela antiga escola primária, hoje transformada em Museu do Genocídio, e onde estão expostas algumas das obras de Vann Nath. Estive lá há pouco mais de dois anos e não esqueci o murro no estômago daquela manhã de Abril de 2009.
O Cambodja passou a ser para mim, desde então, uma das piores realidades da nossa história recente: para além de extremamente pobre, um país que perdeu 20 a 25% da população (cerca de dois milhões de pessoas, embora não haja números exactos), em apenas quatro anos – enquanto nós por cá vivíamos o PREC e os anos que se seguiram, ou seja há relativamente pouco tempo. E uma terra quase sem velhos, já que a grande maioria dos que teriam actualmente mais de 60 anos desapareceu.
Há muita literatura sobre este período negro de uma parte importante do sudoeste asiático, há um grande filme (The Killing Fields, Terra Sangrenta, em português) e muitos pequenos vídeos.
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1 comments:
As pessoas vulgares, como eu, não esquecem esses e outros horrores.
Mas as pessoas que os podem evitar, não os esquecem, porque nem deram por nada, entretidos que estavam com os seus negócios.
Hoje é igual, com outras pessoas, noutros lugares, noutras situações.
Simão Gamito
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