Da crónica de José Manuel Pureza, hoje, no DN:
«O declínio americano, a turbulência russa e a afirmação de poder chinês não são factos, são tendências de fundo que 2011 apenas confirmou. (…)
A Europa raptada em 2011 é a da construção de uma democracia que para ser política tem de ser social e económica. Essa Europa, que lucidamente deu corpo à noção de que os direitos sociais e os serviços públicos não são um luxo de ricos mas sim uma condição de liberdade de todos, foi raptada pelos mentores de outras visões do mundo para os quais o contrato social que tem prevalecido na Europa constitui uma ameaça aos seus desígnios. (…)
Pelas mãos da obsessão da austeridade, a Europa está a perder a democracia e a substituí-la por novas oligarquias. A asiatização do capitalismo europeu é um processo em aceleração rápida. E desenganem-se os que acham que isso se confinará à propriedade de empresas (EDP, BCP, ...): muito mais que isso, será (está a ser) uma mudança profunda de modos de vida.»
Na íntegra aqui.
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1 comments:
Isto sim, é tão verdade... tão verdade!
Receio bem, e mais e mais a cada dia que passa, que as pessoas em geral só tarde comecem a despertar para a gigantesca 'rasteira' que a História recente nos pregou a todos — as bandeiras vermelhas da China já nada mais são que meros velhos adereços de palco numa peça que há muito mudou o rumo do respectivo texto.
De igual modo cada vez mais me convenço disto: a vitória do PCC sobre as massas do seu próprio país em Tiananmen, em Junho de 1989, teve o mesmo efeito da vitória de Tsushima sobre a Rússia czarista, em 1905, para o Japão: a partir daquele momento 'perceberam' que ninguém os podia travar...
Só nos resta não deixar que o assunto caia no esquecimento.
Uma vez mais, obrigado pela atenção, Joana.
L.F. Afonso, Japão
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