9.1.12

Derecho laboral


Rocinante, el corcel de don Quijote, era puro hueso:

— Metafísico estáis.
— Es que no como.
Rocinante rumiaba sus quejas, mientras Sancho Panza alzaba la voz contra la explotación del escudero por el caballero. Él se quejaba del pago que recibía por su mano de obra, no más que palos, hambres, intemperies y promesas, y exigía un salario decoroso en dinero contante y sonante.

A don Quijote le resultaban despreciables esas expresiones de grosero materialismo. Invocando a sus colegas de la caballería andante, el hidalgo caballero sentenciaba:

— Jamás los escuderos estuvieron a salario, sino a merced.

Y prometía que Sancho Panza iba a ser gobernador del primer reino que su amo conquistara, y recibiría título de conde o de marqués.

Pero el plebeyo quería una relación laboral estable y con salario seguro.
Han pasado cuatro siglos. En eso estamos todavía.

Eduardo Galeano, Espejos: una historia casi universal
.

1 comments:

good churrasco ó auto de café.... disse...

Direitos são coisas de ricos

deveres são coisa de pobres ou de fidalgos arruinados

Qual vai ser o impacto desta transferência para as gerações futuras?
Qual foi o impacto da transferência de centos de milhares de milhões/ano nas últimas décadas para o exterior da europa ?



Não podemos ignorar que estes encargos vão cair em cima de uma geração fortemente precarizada e sem direitos....e com muitos velhadas para apaparicar
(situação que os japs enfrentam há 40 anos e os chineses vão começar a ter daqui a 20)


E tudo isto em nome de quê?
Da sobrevivÊncia duns resquícios do nível de vida europeu?


São estas as pensões intocáveis que vamos ter que pagar quando a todos os outros só vai estar reservada uma pensão de miséria?

Mais uma vez Portugal pensa no curto prazo e destrói o futuro de quem vem a seguir.

Na minha modesta e leiga opinião, mais valia irmos directos para a bancarrota a toda a velocidade

(mas primeiro temos que pôr 500 mil lá fora enquanto temos moeda que paga o querosene dos abiões...