2.2.12

Na Nau Catrineta


Quando soube que ontem, em Londres, Vítor Gaspar evocou a era dos descobrimentos para afirmar que «temos tradição de bons marinheiros e de nos prepararmos para as tempestades», lembrei-me imediatamente de José Sócrates que, em Dezembro de 2008, falava da necessidade de dobrarmos o Cabo das Tormentas que seria 2009 – «o momento mais difícil». O então primeiro-ministro disse que era preciso agir com rapidez, porque ninguém estaria interessado em saber o que aconteceria daí a dois anos. Para nosso bem, felizmente que não soubemos o que viria a acontecer-nos e 2009 nem foi o momento mais difícil, nem dobrámos qualquer espécie de cabo – ficámos só com as tormentas.

Este voluntarismo peregrino que pretende fazer-nos acreditar que a salvação virá do sangue de Vasco da Gama & Friends, que ainda nos correria nas veias, não nos leva nem a Gibraltar e talvez fosse melhor aceitarmos que estamos na Nau Catrineta e agirmos em conformidade.
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2 comments:

meirelesportuense disse...

É mais uma evocação da História trágico Marítima para nos fazer acreditar que o melhor está lá fora...Ide segui os passos do Gama, Colombo, Magalhães, Capelo ou Ivens, Portugal exorta-vos, refazei a glória da Pátria, reconstruindo o Império fazendo coloridos penicos na Tailândia ou consumindo haxixe na Colômbia com direito a descontos na Jerónimo Martins.

meirelesportuense disse...

É mais uma evocação da História trágico Marítima para nos fazer acreditar que o melhor está lá fora...Ide segui os passos do Gama, Colombo, Magalhães, Capelo ou Ivens, Portugal exorta-vos, refazei a glória da Pátria, reconstruindo o Império fazendo coloridos penicos na Tailândia ou consumindo haxixe na Colômbia com direito a descontos na Jerónimo Martins.