O Expresso deu ontem eco a uma notícia divulgada já há alguns dias pela Agência Ecclesia. Sem querer estragar o Domingo a ninguém, aconselho a leitura, mas resumo:
Existe uma Comissão Paritária da Concordata com o Estado português, «entidade intermédia e preparatória de acordos», que já iniciou reuniões com vista à eliminação dos feriados do Corpo de Deus e do 15 de Agosto. Não tem competência para fazer alterações, estas terão de ser aprovadas pelo Vaticano.
Os dias “festivos católicos”, além dos Domingos, estão enumerados na Concordata (Artº 30) e, contrariamente a interpretações que circulam, são considerados por ambas as partes como feriados nacionais em Portugal.
A referida Comissão Paritária teve agora uma reunião e terá a próxima em… Abril. Quantas serão ao todo? Who knows?! Mas diz-se que se trata de negociações que, transcendentíssimas como devem ser (!...), «levam o seu tempo». Ou seja: esquecer 2012.
E eis que, neste nosso querido Estado laico, um poder se levanta assim, mais forte dos que as imposições da troika, mais decisivo do que os seus fieis servos.
Resta saber se o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro também esperam ou se «caem» já este ano. Impossível? Porquê e para quem?
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4 comments:
Pois mas a concordata também diz:
"A República Portuguesa providenciará no sentido de possibilitar aos católicos, no termos da lei portuguesa, o cumprimento dos deveres religiosos nos dias festivos."
Ora, se os católicos virem o seu direito assegurado e a não-discriminação religiosa faz parte da constituição, como discriminar os feriados religiosos sem solicitar aos que professam tal fé se identifiquem como tal?
Mas Teófilo, o que se passa é que, aparentemente, se interpreta facilitar «o cumprimento dos deveres religiosos nos dias festivos» com feriado de dia inteiro. Ora uma missa dura 1/2 hora...
Pois é Joana, mas o adeus à carne, é feito à mesa, comendo e bebendo.
Era esse o fim dos três dias de Carnaval do qual subsiste a Treça-feira gorda(gorda porque era permitido o pecado da gula), logo não era apenas a missinha, mas também o resto... e de barriga cheia e bem avinhada o trabalho não rende...
se o estado português deixou de ser uma pessoa de bem e, ainda assim, retirou direitos adquiridos a uma parte dos seus cidadãos (ex, subsídios na função publica)
porque é que há-de estar com tanta parcimónia no cumprimento deste acordo?
bof
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