9.4.12

Um êxodo imparável



Há mais de 56 mil portugueses inscritos na EURES (Portal Europeu de Mobilidade Profissional), ou seja, que procuram trabalho em países da União Europeia e na Suíça (4.700 novos nos últimos dois meses). 

Sabendo-se que mais de metade dos candidatos ainda não fez 35 anos, que 34,1% tem pelo menos o bacharelato e 27,6% o ensino secundário, e que estamos apenas a falar de quem se inscreveu nesta rede europeia, deixando portanto de lado todos os que procuram por outros meios, e, sobretudo, que não se está a contabilizar os muitos milhares que partem para Angola, Brasil, etc., etc, só se pode concluir que estamos perante uma terrível sangria, da qual vamos levar muito tempo a recompor-nos, sem sabermos como nem quando! Com números, vê-se melhor a gravidade da situação. O país gastou fortunas na educação destes milhares de pessoas, precisa do know how que elas representam e está a deitá-las pela borda fora. 

A mobilidade é normal e é um bem dentro de certos limites e quando não se trata de uma fatalidade imposta, planeada, como é o caso neste momento. Assim, é cruel para as «vítimas» e uma grave irresponsabilidade temerária dos «vitimários». 

 (Fonte)

3 comments:

Nuno Gaspar disse...

"O país gastou fortunas na educação destes milhares de pessoas, precisa do know how que elas representam e está a deitá-las pela borda fora"

Portugal é pequeno para 10 milhões de pessoas, Joana. E uma grande parte do território são pedras e estevas. Sempre dependemos de riquezas criadas no exterior e transferidas por saque, comércio colonial, fundos comunitários ou remessas de emigrantes.

Joana Lopes disse...

Nuno,
Só para dar um exemplo: a Holanda tem muitos mais habitantes e era quase só água, o
Luxemburgo é minúsculo, etc.
Temos uma incapacidade atávica para nos desenvolvermos, isso sim...

O Rural disse...

Isto que chamamos de emigração, não é bem isso, é Portugal que periodicamente "purga-se".