23.5.12

Ao centro, volver




«Neste momento, o país não permite mais adiamentos e é preciso tomar decisões." – afirma, tonitruante, o líder parlamentar do Partido Socialista. Eis então a decisão decidida: recomendar ao governo que, se for possível, apresente aos outros governos da UE a proposta de virem a pensar na eventualidade de aprovarem uma adenda ao tratado que impõe a austeridade como política oficial, de modo a que a austeridade se mantenha como regra primeira e clara mas se possa talvez pensar em algumas medidas para a temperar aqui e além com uns pozinhos de crescimento. A direita, claro, acha bem uma tão decidida decisão. Agora é que o coiso se vai resolver! » 
José Manuel Pureza, hoje, no Facebook. 

E eu assino por baixo.
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7 comments:

luis reis disse...

Do que é que se estava há espera?
Não estão lá os mesmos merdas que f... isto tudo em parcerias, fundações, etc?Não foi o merdas do Zorrinho, que aumentou a energia electrica, com a treta das renováveis? Não é um nojo chamado Vitalino, que tem a maior empresa de trabalho temporário no país?Tudo bem previsivel.Ainda bem,só espero, que se "aguentem" assim mais um ano, e depois veremos a tareia que levam em eleições...ou "alguêm" espera, que o"coiso", vá melhorar daqui prá frente?Ganda xuxialistas modernaços...força!

Miguel Serras Pereira disse...

Joana,
é ainda mais revelador é que o momento escolhido para confirmar este acordo seja aquele em que, como escreve JM Correia Pinto no Politeia: "A serem verdadeiras as notícias hoje veiculas pela imprensa sobre as propostas que Hollande apresentará na reunião de logo à noite, terá de reconhecer-se que elas representam uma alteração significativa do que têm sido nestes últimos quatro anos as reuniões da União Europeia ao mais alto nível" (http://politeiablogspotcom.blogspot.pt/2012/05/cimeira-de-logo-noite-em-bruxelas.html).
Com efeito, Hollande, além de pôr em causa o modo de funcionamento imposto à UE pela dupla Merkel-Sarkozy, contempla medidas importantes: "a emissão de eurobonds com vista à mutualização dos riscos e ao abaixamento dos juros (incomportáveis) hoje pagos pelos países intervencionados ou sob pressão dos mercados; a recapitalização directa dos bancos pelos fundos de resgate sem o condicionalismo imposto pelos programas de austeridade; o financiamento dos fundos de resgate pelo BCE ou mesmo o financiamento directo do BCE aos países em dificuldades; e ainda a subtracção ao défice dos investimentos de futuro".
O que, dir-se-ia, como escreve ainda Correia Pinto, oferecer ao PS "uma boa razão para rasgar o programa da Troika se o Governo português, como tudo indica, continuar a apoiar as posições da Alemanha". Mas, pelos vistos, não há boas razões que valham contra o entusiasmo com que o PS continua a apostar no "bloco central" e a assumir a defesa das "forças vivas", como se dizia no tempo de Salazar, cujos interesses essa fórmula reitera e consolida.

msp

Joana Lopes disse...

Miguel, vejo-te muito esperançado quanto ao papel de Hollande na Europa, o que não é o meu caso: dará um pequeno empurrão e pouco mais, sobretudo até às legislativas francesas. E, por exemplo quanto à Grécia, para ele, «c’est mon ami PASOK» - o que diz muito sobre o bicho…

Miguel Serras Pereira disse...

Joana,
devo ter-me explicado mal: não creio pôr muitas esperanças em Hollande; mas creio que diversos factores, entre os quais a crise de autoridade da crise que as lutas na Grécia introduziram para além das fronteiras do país, juntamente com a bancarrota pendente sobre Espanha, o impelem a assumir posições mais realistas - ou que, no caso, significa o reconhecimento da necessidade de algumas reformas.
E, sobretudo, interessou-me, reforçando a ideia do JMP no texto que citas, reflectir sobre a atitude do PS local, que acaba por tomar uma posição que só pode convir ao neoliberalismo de Merkel e dos seus porta-vozes portugueses.

Abraço

msp

Manuel disse...

Esta "coisa" assinada ou lá o que é, tem alguma algo a ver com a tal esquerda que não quer ser nem mole nem inconsequente ? A ver pelas companhias e amizades não diria !!

Joana Lopes disse...

Não entendo, Manuel: está a falar de quê? Quais companhias e amizades?

Manuel disse...

Se calhar expliquei-me mal, apenas estava a juntar a Adenda com o Manifesto da esquerda livre, há personagens praticamente comuns, ou pelo menos "bons amigos"