Sobre a mais do que complexa situação na Síria e a inesgotável discussão sobre intervencionismo em casos como este, José Manuel Pureza publicou um texto no Diário de Notícia, com o qual me identifico totalmente.
«A História não é uma realidade a preto e branco. É um embuste a sua apresentação como enfrentamento entre anjos e patifes. Uma análise séria exige que se reconheça que o regime de Damasco é odioso - e que as revoltas populares não são um mero complot fabricado na Virgínia - mas exige também que não se oculte que "a oposição" está longe de ser a expressão da virtude. (…)
Retira isto legitimidade à luta dos sírios pela democracia? Nenhuma. Mas põe em evidência as estratégias de infantilização que pintam às opiniões públicas a guerra na Síria como algo entre imaculados e satânicos para delas obter reações emocionais.
Lembram-se da Líbia? (…) Lembremo-nos então de tudo isso quando agora nos falam de novo em chacinas unilaterais e nos dizem: "Alguma coisa tem de ser feita", que é uma forma moralizada de dizer "tem de haver uma intervenção armada contra uns e a favor dos outros".
Dir-nos-ão que não podemos permitir que os sírios sejam vítimas do bloqueamento da resposta por causa dos vetos chinês e russo na ONU. Lembremos-lhes então os povos da Palestina ou do Sahara Ocidental e de como têm sido vítimas de décadas de vetos dos mesmos que agora rasgam as vestes pela "urgência humanitária" na Síria.»
Na íntegra AQUI.
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