Deixo esta noite dois países que associo porque os visitei numa mesma viagem e porque têm fronteiras (e muita história) em comum, mas que são − e estão – profundamente diferentes. A uni-los, também, o facto de lidarem, actualmente, com barris de vários tipos de pólvora.
Ambos esperam vir a entrar na União Europeia (se ainda chegarem a tempo, digo eu…), a Geórgia está bem «encostada» aos dólares de Obama, a Arménia aos amigos russos e às remessas da sua rica diáspora. Mas falta-lhes muito do que precisariam para se reerguerem do colapso económico que se seguiu ao desmoronar da URSS.
Do ponto de vista monumental, a primeira está longe do nível de interesse da segunda e Tbilisi não é Yerevan. Mas a capital georgiana está a tal ponto transformada em estaleiro de (boa) recuperação de belos edifícios e avenidas que, dentro de poucos anos, estará excelente. O turismo ainda é relativamente incipiente em ambos os países, mas será uma aposta ganha se algumas infraestruturas (sobretudo estradas) forem melhoradas. Em breve, aterrarão por aqui paletes de ocidentais e de chineses…
Tudo isto, obviamente, se os conflitos dos arménios com turcos e azeris não piorarem e se não se agudizarem ainda mais as relações entre georgianos e russos. E se… e se… e se.
Este ano há eleições legislativas na Geórgia e pode ser que a potente maioria do Partido Nacionalista no Parlamento seja abalada. E, sobretudo, há presidenciais em 2013 e dizem-me que a oposição tem um candidato forte (e muitíssimo rico…), pró-russo, cuja eventual vitória pode vir a mudar o rumo de muitas realidades, nomeadamente tudo o que se relaciona com a Abecásia e a Ossétia do Sul.
Uma coisa é certa: seguirei com redobrado interesse o que for acontecendo nestes países, agora que eles têm, para mim, imagens, cheiros, sons e pessoas. Este é sempre, aliás, um subproduto das viagens que vou fazendo.
Imagens de Tbilisi:
Imagens de Tbilisi:
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