Recomendo a leitura da crónica semanal de Miguel Sousa Tavares (sem link), com o título deste post, no primeiro caderno do Expresso de hoje. Sei que me repito, mas não me importo: já não são apenas os perigosos esquerdistas que alertam para o projecto ideológico subjacente aos «ajustamentos» de que estamos a ser objecto e vítimas e que o caracterizam mais ou menos explicitamente.
Alguns excertos do texto, que me parecem «cristalinos»:
«Há quase um ano que o venho escrevendo aqui: o programa económico deste Governo não se limita a tentar endireitar as contas públicas à custa de sacrifícios cuja insensibilidade e ineficácia são de bradar aos céus. Há também uma agenda escondida, que envolve uma vingança sobre a história, uma desforra de classe, quase uma alteração dos valores cívicos em que a Europa se funda. (...)
O objectivo de Passos Coelho e do seu quinteto de terroristas económicos (Gaspar, Moedas, António Borges, Braga de Macedo e Ferraz da Costa) é outro bem diferente: eles querem mudar o paradigma económico, mesmo que para tal tenham de destruir o país, como, aliás, estão a fazer. Fiel aos ensinamentos dos seus profetas americanos, esta extrema-direita económica que nos caiu em cima acredita que o Estado deve deixar de gastar recursos com quem não garante retorno e concentrar-se apenas em apoiar, ajudar, estimular e dar livre freio aos poucos negócios escolhidos — que, assim, não poderão deixar de prosperar. (...)
Isto tornou-se claro com a história da TSU. Acreditar que uma medida tão irracional, fundada em estudos que nem se atrevem a mostrar e desacreditada por todos, capaz de pôr o país na rua e ameaçar o tão louvado consenso social e político, terá sido tomada por mera incompetência e precipitação é tomá-los por estúpidos. O que se pretendia não era aliviar a tesouraria das empresas ou potenciar as exportações. O que se pretendia, como ficou evidente na entrevista do PM à RTP, era garantir uma “vantagem” permanente: a baixa de salários. Porque esse é um dos objectivos centrais desta cruzada: desvalorizar por todas as formas, incluindo por via fiscal, o valor do trabalho. O princípio é simples e, se atentarem bem, tudo segue uma ordem pré-estabelecida: primeiro, rever a legislação laboral, para tornar os despedimentos fáceis e baratos; por essa via, criar um batalhão de desempregados que pressionem o mercado de trabalho, fazendo baixar os custos salariais; assim, potenciar os lucros de algumas empresas de mão-de-obra intensiva; e, assim, garantir o sucesso do “ajustamento” da nossa economia, “so help them God”.
Lembrem-se do Hamlet: "a loucura dos poderosos não pode passar sem vigilância".»
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1 comments:
Olá Joana...
Não esquecer que as Famílias que mandam em Portroikal estão elas próprias subjugadas aos interesses de outras Famílias, muito mais poderosas, como por exemplo a Família Real Britânica!
E o que se está a passar aqui em Portroikal é meramente o resultado do que interessa agora às 8 Famílias que dominam as Sociedades Ocidentais... A nova epopeia do Capitalismo e do Consumismo LOUCO está no Oriente, onde existem muitos, mas mesmo muitos, NOVOS milionários e bilionários... E é claro que o DINHEIRO não dá para tanto ESCRAVO (claro que apenas segundo as regras do SISTEMA MONETÁRIO em vigor)!...
Assim sendo tem que se cortar pela metade (o que eu já venho a dizer e a escrever deste 2008/9) os salários dos ESCRAVOS MODERNOS do Ocidente para que assim sejam eles a mão-de-obra barata que vai produzir (a seu tempo) os bens para alimentar os NOVOS RICOS ORIENTAIS...
Isto se entretanto não arranjarem forma de começar uma nova guerra mundial por forma a aniquilar uns bons milhões de ESCRAVOS que por aí andam a vaguear e a chatear...
Não podemos esquecer, que a "Guerra" sempre foi a melhor ferramenta que as 8 Famílias utilizaram durante estes últimos séculos para manter o Domínio e a FORTUNA...
Abraço
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