22.11.12

A minha resposta à Autoridade Tributária e Aduaneira



(Enviada hoje por mail.)

Ex.mos Senhores,

Em menos de dez dias, recebi duas mensagens, com o mesmo objectivo e de conteúdos muito semelhantes, assinadas por José António de Azevedo Pereira que se diz diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira.

Não sei se os vossos serviços estarão a ser vítimas de ataques de hackers informáticos (e, nesse caso, que este mail funcione como um aviso) ou se há algo que me escapa quanto à razão de ser de uma iniciativa de que sou alvo e me considero vítima.

Na minha modesta opinião, quem usa correio electrónico também tem habitualmente acesso a meios de comunicação social tradicionais e estes são os veículos normais para que a informação chegue aos cidadãos. E aquela que está em causa – «os benefícios fiscais que serão proporcionados a quem exige factura» – já foi largamente difundida e comentada. 

Além disso, não me parece que a função uma direcção-geral de impostos seja a mesma que a de uma agência de marketing, com vocação para campanhas publicitárias em massa junto da população portuguesa. Ainda menos se a referida campanha contém, subliminarmente ou não, uma sugestão de policiamento de uma parte dos cidadãos por aqueles que recorrem aos seus serviços.

Assim sendo, agradeço que não me sejam enviadas novas mensagens deste tipo.

Cumprimentos
Maria Joana de Menezes Lopes
NIF: XXXXXXXX
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2 comments:

Anónimo disse...

Eu entendo que tanta correspondência do Dr Azevedo Pereira lhe pareça exagero !!!Mas ponha-se na pele dele, a ver a economia paralela todos os dias a impedir-lhe de cumprir a sua missão !!!E POR MAIS DECRETOS ISTO É UM PROBLEMA CIVICO !!!Todos os sujeitos passivos que têm o desplante de me venderem algo e pensarem que são particulares são mimoseados com um aviso à navegação à AT convenientemente documentado ACABEMOS COM ISTO DE UNS PAGAREM IMPOSTOS E OUTROS A RIR !!!!

Joana Lopes disse...

Caro Anónimo,

Antes de mais, é escusado «gritar» com tantas maiúsculas, já que, para o caso de não saber, isso não é sinal de boa educação.

Segundo: pôr-me na pele desse senhor porquê? É ele o dono do que quer que seja? É encarregado da educação cívica dos portugueses? Não: é apenas um funcionário público graduado, bem pago por nós, para cumprir o seu cargo numa direcção geral específica.

O combate à economia paralela é importante, sem dúvida, e o civismo dos portugueses tem de ser desenvolvido, mas em lugares próprios: escolas, famílias, etc. Não em ataques em massa por correio electrónico, nem por medidas como esta, em que é apresentada uma cenoura apenas alcançável por quem tem dinheiro para gastar mais de 2.000 euros por mês em cabeleireiros, oficinas e restaurantes. Não basta gozarem os portugueses, ainda se divertem a incomodá-los e a invadirem a sua privacidade!