15.2.13

Com dedicatória a quem tem vocação para adjunto de inspector do fisco



«O Estado quer cobrar impostos aos comerciantes e ainda bem porque também mos cobra. Mas essa relação é de casal (Estado e comerciante) e não é de ménage à trois comigo à força. Quer dizer, o Estado pode tentar conquistar-me, dando incentivos (p. ex., as faturas pedidas diminuindo os meus impostos) e eu posso, ou não, deixar-me conquistar. Não posso é ser punido por não fazer o que só incumbe ao Estado, zelando, e ao comerciante, cumprindo. Esta história de multas a clientes à porta dos cafés é um abuso inaudito. E não é por ela revelar a impotência do Estado que deixa de ser um abuso.»

Ferreira Fernandes

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