Comentando a recente decisão dos líderes da zona euro quanto à aplicação de taxas aos depósitos bancários em Chipre, Angela Merkel afirmou, num evento político alemão, que «desse modo, os responsáveis irão fazer parte desse acordo e não apenas os contribuintes de outros países». (Sublinhe-se a palavra «responsáveis» que não está no texto por erro de tradução: há quem o tenha confirmado na fonte).
Ou seja, para a pessoa com maior poder nesta triste Europa, todos os cipriotas, mesmo os que até podem ter conta bancária apenas para receber um baixo salário, devem ser atingidos por uma sobretaxa nos seus depósitos, porque são «responsáveis» pelo estoiro do superdimensionado e desmedidamente ambicioso sistema bancário do país, devido em parte à crise na Grécia, e também por Chipre se ter transformado num paraíso fiscal para oligarcas russos. Expressão apenas infeliz? Pela boca morre o peixe e é mesmo isso que ela pensa destes povos miseráveis do Sul: que eles são irresponsáveis.
Entretanto, multiplicam-se notícias e contranotícias sobre possíveis alterações ao que foi aprovsdo em Bruxelas na passada sexta-feira, o que só demonstra a ligeireza com que decisões desta importância são tomadas, aparentemente em cima do joelho.
Independentemente das taxas que vierem a ser fixadas, é esta medida muito diferente, quanto aos efeitos práticos no bolso de cada um, de aumentos de impostos ou de cortes de salários? Não, mas é mais um tabu que cai e que abala a confiança de todos os europeus: o seguro das contas bancárias, a (agora ignorada) garantia de que eram invioláveis até um determinado tecto. E isto é muito mais grave do que possa parecer. Porque fica-se sm saber o que poderá vir a seguir.
Independentemente das taxas que vierem a ser fixadas, é esta medida muito diferente, quanto aos efeitos práticos no bolso de cada um, de aumentos de impostos ou de cortes de salários? Não, mas é mais um tabu que cai e que abala a confiança de todos os europeus: o seguro das contas bancárias, a (agora ignorada) garantia de que eram invioláveis até um determinado tecto. E isto é muito mais grave do que possa parecer. Porque fica-se sm saber o que poderá vir a seguir.
Para além de tudo isto, no caso concreto, os líderes europeus parecem não desistir de entregar a Grécia e Chipre à Rússia (*), mais tarde ou mais cedo.
A Europa, tal como a conhecemos, já acabou. Quantos dias terá o que resta? Só isso é que não sabemos.
(*) Gazprom oferece-se para resgatar Chipre.
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