18.4.13

Para além dos Urais e da Ilha das Flores



A descrição terá origem numa espécie de conclusão do FMI e ilustra a realidade de um certo ponto de vista: viveríamos agora uma «Primavera perfeita», «se não fosse a velha Europa estar numa profunda crise económica, que pode voltar a provocar uma crise financeira grave e profunda com efeitos sistémicos a nível mundial».

Países emergentes, Estados Unidos e asiáticos protestam e todos apontam o dedo à «estúpida política de austeridade imposta a muitos países europeus pelos parceiros mais ricos da União Europeia», que impede o crescimento e nem resolve o problema das dívidas.

Não sei se a Primavera mundial seria assim tão perfeita sem a nossa desgraça, mas o tema serve-me para regressar ao que sinto sempre que saio desta velhíssima Europa, sobretudo se aterro na América Latina ou em certos países da Ásia: são mundos virados para o futuro, optimistas de certa maneira mesmo quando (ainda?) pobres, lugares de esperança, terras de lutadores.
Nunca esquecerei a terrível sensação que tive ao passear pelas ruas desertas de Frankfurt, num Sábado cinzentíssimo de Inverno, acabada de chegar de Pequim: esvaziaram a Europa e ninguém me disse, transformaram isto em museu. Já lá vão nove anos e a palavra «austeridade» não fazia ainda parte do nosso léxico diário. Mas tudo vinha a caminho.

A partir daqui.
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