22.5.13

A ceia do Estado



Sabe-se agora, que a reunião do Conselho de Estado foi bem mais do que a discussão do pós troika e voltarei mais tarde ao tema. Mas oficialmente foi mais ou menos isto: 

«A paciência como solução política paralisa. Se não há nada que se possa fazer, senão esperar que o divino dê um sinal, convoca-se um chá ou uma ceia. Ou um Conselho de Estado. Para ler o futuro nas estrelas ou nas cartas, porque o presente ninguém deseja soletrar. (...)

Este Conselho de Estado dá a sensação de que a invisibilidade do PR e do Governo, face à incapacidade de sair da espiral recessiva em que estamos, demonstra uma incapacidade política única. Imagina-se o futuro para tornear o nada que se faz sobre o presente. Parece haver uma única política neste momento: esperar que a troika vá embora. E depois? A austeridade, com esta economia anémica criada pelo Governo e pela troika, vai continuar. (...)

Este Conselho de Estado é uma espécie de meteorologista de serviço. O velho manda-chuva. Diz que poderá haver sol, mesmo que todos saibam que vai chover. Prevê chuviscos quando a trovoada não sai de cima de nós. Estas reuniões do Conselho de Estado são a inexistência do regime em forma de conclave político.» 

 Fernando Sobral

 (O link pode só funcionar mais tarde.)
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