28.5.13

Carambolar



«No bilhar, um jogador consegue uma carambola quando a sua bola consegue acertar nas duas outras existentes na mesa.

Quando a Europa avançou com a moeda única, esta acertou de raspão nas duas outras que equilibravam os países. Toneladas de dinheiro fácil destruíram as economias reais das nações periféricas. Maastricht anunciava o paraíso. O resultado da carambola é o inferno actual. Nada muda por Vítor Gaspar ter ido, mais uma vez, prestar vassalagem a Wolfgang Schauble em troca de um afago caloroso. E por, depois, ter decretado que o objectivo é agora o crescimento económico, num flic-flac à retaguarda que envergonharia qualquer ginasta olímpico.

Cometeu-se um erro colossal. E agora ninguém o quer admitir. O resultado é esta desagregação da credibilidade do poder político. A frase de Miguel Sousa Tavares sobre Cavaco apenas abriu o dique. Mais um. E é assim que se vai submergindo o pântano deste regime sem respostas. Os portugueses precisam de novas opções para este jogo de bilhar onde se joga o seu presente e futuro. Mas sobre isso o mutismo do regime é ensurdecedor.»  

Fernando Sobral
(O link pode só funcionar mais tarde.) 
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