22.7.13

Não há milagres grátis



Depois do serão de ontem, estamos todos em clima de uma espécie de ressaca e, para já, é impossível largar o tema:

«Os partidos do Governo julgavam que, dando eleições ao PS, este absolveria dois anos de austeridade cruel que destruiu a economia real do país. O PS acreditava que PSD e CDS sairiam como cordeiros do redil montado pela troika.

Os portugueses, como os peixes que escutaram o sermão de Santo António, viveram embalados na ilusão de que o país era mais importante do que as facções partidárias. Há milagres que não existem. Agora assistimos, perante um acordo impossível de alcançar, à transmissão da culpa. (...)

Só alguém que acredita em tudo poderia supor que este acordo de "salvação nacional" lavasse a roupa suja e tornasse tudo mais branco. Ninguém sai bem deste falso milagre, até mesmo António José Seguro que pareceu disposto a fornecer oxigénio a um Governo exangue. Desfeito o equívoco, num cozinhado onde os portugueses nunca foram informados dos ingredientes, já não há mais milagres grátis e disponíveis. Até porque se destruiu o resto da esperança.» (O realce é meu.)

Fernando Sobral
O link pode só funcionar mais tarde.
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