Passei os dois últimos dias em Lalibela, a «Nova Jerusalém» da Etiópia, cravada numa região mais árida e agreste do que aquelas em que estive antes (e portanto mais pobre), mas também a que mais turistas procuram e por um motivo indiscutível.
Não há palavras (e muito menos fotografias parcelares) que possam dar uma ideia, mesmo aproximada, do que são as suas onze igrejas, escavadas na rocha e em muitos casos ligadas por túneis. Distribuem-se por dois conjuntos separados por um rio (um com seis igrejas, outro com quatro), estando fisicamente afastada a décima primeira: última a ser construída e a mais espectacular, com a sua forma em cruz, enterrada, e com quinze metros de altura.
As escavações começaram em pleno século XII e todo o conjunto foi construído em apenas vinte e quatro anos, o que é quase inacreditável! Terão estado implicados nas obras, usando instrumentos mais do que rudimentares, 40.000 homens e conta a lenda que trabalhavam enquanto havia Sol e que os anjos faziam o turno da noite…
As igrejas de Lalibela, Património da Humanidade segundo a UNESCO, são um dos grandes motivos de orgulho dos etíopes e com toda a razão. E por falar em orgulho, embora não venha a propósito, há um outro facto que não se cansam de referir: a Etiópia nunca foi colonizada por nenhum outro povo, realidade de que poucos países africanos se podem gabar.
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