13.10.13

No reino de Saba



Aterrei já há algum tempo em Addis Abeba, mas, praticamente, ainda só deu para perceber que o ritmo, que por aí nos parece normal, é afinal é mais ou menos frenético quando comparado o que se passa por estas bandas. As formalidades para sair do aeroporto passaram por várias fases e duraram quase duas horas, mas tudo bem: amanhã também é dia e já deu, entretanto, para ouvir falar da rainha de Saba, de não sei exactamente quem que seria tetraneto de Noé e da hipótese muito provável de que tenha sido mesmo aqui o tal berço da humanidade, que tantos reclamam.

Antes, foi uma dormida em terras de sua majestade Merkel, mais concretamente em Frankfurt. E se o aeroporto para mim tem poucos segredos, tantas foram as escalas que já lá fiz, ainda não foi desta que revi a cidade propriamente dita, onde só estive uma vez mas da qual guardo uma sensação inesquecível. Já há alguns anos, chegada de Pequim, na minha cabeça estavam ainda as ruas cheias de multidões, os milhares de bicicletas e automóveis, o movimento que não para durante vinte e quatro horas, quando aterrei em Frankfurt, numa tarde chuvosa de Novembro, e lá passei algumas horas. No centro da cidade tudo era cinzento, chuviscava, não se via rigorosamente ninguém, até um gato preto fugiu alucinadamente quando encarou alguns seres humanos. A sensação que tive foi que a Europa tinha acabado durante as duas semanas em que eu estivera na Ásia e que ninguém me tinha avisado.

Mas agora estou numa terra cheia de gente, é tarde e oiço muita música nas ruas, o roaming dos telefones não funciona, pelo menos hoje porque houve um desafio de futebol importante (???) e estou longe, longíssimo, de muita e muita coisa. O que é excelente! 
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