Mark Blyth, autor do livro Austeridade - Uma ideia perigosa, recentemente publicado em Portugal, participa hoje numa conferência em Lisboa e deu uma entrevista à TSF (que pode ser ouvida aqui com tradução em português), na qual afirma que «no caso português, o país tem um caminho duro pela frente, mas que pode aplicar uma ideia simples quanto antes: parar com os cortes».
Numa outra entrevista, dada ao Negócios, quando confrontado com o aparente sucesso da recuperação de países bálticos integrados no euro, que «regressaram ao crescimento e recuperaram a sua credibilidade nos mercados», MB responde: «Se esse é o objectivo último destes programas então vamos abandonar a democracia e deixar de fingir que nos preocupamos com o bem-estar da população. Porque a forma como a Letónia resolveu os seus problemas foi permitir que 13% da sua população activa emigrasse. Vamos imaginar que 13% dos italianos iam procurar um emprego na Alemanha. Como acha que isso acabaria?»
E afirma também: «Os políticos europeus usam a palavra competitividade como os americanos usam a palavra liberdade. Não significa nada e é muito difícil estar contra. Não podemos ser todos mais competitivos ao mesmo tempo pois esse é um conceito relativo. E se a competitividade for medida por salários em queda dentro da mesma zona monetária, o único resultado é um colapso na procura, o que piora a situação económica.»
.
0 comments:
Enviar um comentário