Teixeira dos Santos dá uma longa entrevista ao Jornal de Negócios, na qual aborda questões de fundo sobre o estado do país e da Europa, numa perspectiva «relativamente optimista» segundo o próprio. Diz que Portugal tem de «recuperar o tempo perdido» nos catorze anos que já leva de permanência do euro e que «gostaria que a Europa ultrapassasse este período onde os nacionalismos e os interesses nacionais têm dominado e que voltemos à motivação e até à visão e ambição de alguns líderes marcantes que tivemos na história da União Europeia».
E é precisamente nesta questão de líderes, ou falta deles, que me detenho. TS terá afirmado que as grandes transformações sociais e económicas costumam ser conduzidas por líderes carismáticos mas que não consegue identificar uma figura que venha a afirmar-se nos próximos dez anos em Portugal ou na Europa.
E quanto ao passado, mais exactamente quanto à última década, que personalidades identifica como as mais marcantes, quem foram os seus «líderes»? A nível internacional, Barack Obama é «figura incontornável». E em Portugal? TS hesita muito e acaba por decidir: Cristiano Ronaldo! (Note-se que a entrevista foi feita antes do último jogo da selecção portuguesa...)
Ao ler esta «nomeação» de CR7 a minha primeira reacção foi de espanto, a segunda de perplexidade: é que não consigo identificar ninguém que tenha marcado o meu país, pela positiva e decisivamente, durante a última década. TS tem provavelmente razão: é ao pontapé que somos bons.
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