A propósito do caso dos Estaleiros de Viana do Castelo:
«Alexandre O'Neill converteu uma frase em destino: "Há mar e mar, há ir e voltar". Era esse também o sonho dos navegadores portugueses ou mesmo dos emigrantes quando olhavam para o Atlântico. (...)
Em Portugal, passa-se a vida a falar do mar (...) O problema é que muitas das declarações dos responsáveis políticos sobre o tema é um aglomerado de boas intenções. A grande estratégia marítima nacional, desenvolvida pela sua classe política, centra-se no consumo de lagosta à mesa. É a política da espuma.
Se dúvidas houvesse sobre isso, bastava atentar para a sistemática destruição do património de construção naval em Portugal, de que o recente caso dos Estaleiros de Viana do Castelo é exemplar. Depois de despedir 600 trabalhadores, o ministro Aguiar-Branco veio dizer que esse foi o dia do renascimento. Parecia o discurso de um marinheiro de água doce.»
Fernando Sobral, no Negócios de hoje.
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