Multiplicam-se os comentários sobre a «exclusão» de Marcelo Rebelo de Sousa, como potencial candidato à Presidência da República, ditada numa moção que Passos Coelho apresentará ao Congresso do PSD.
Há pouco, em trânsito, ouvi na TSF declarações indignadas de Freitas do Amaral que classifica a atitude do actual primeiro-ministro como «Indecorosa», «não inocente» e «indecente». Ana Sá Lopes escreveu ontem, no i, que a esquerda tem agora aberto o caminho para Belém, «enfeitado com flores».
Enfim: muita água correrá ainda até 2016, vêm aí certamente tantos factos e factores imprevisíveis, e tantos foles de gato tem Marcelo, que nem me daria ao trabalho de alinhar duas linha sobre o tema, não se desse o caso de ter acabado de ler o que escreve José Medeiros Ferreira no seu blogue e que, isso sim, é matéria para reflexão: «Passos prepara as condições de escravidão política da figura presidencial»:
«Não sei o que acontecerá ao sistema política em Portugal se se deixa Passos Coelho voltar a trilhar o caminho da subversão do equilíbrio e separação de poderes. Depois de dois anos de atalaia ao Tribunal Constitucional, vira-se de novo contra o papel do Presidente da República, ele que há muito que meteu Cavaco Silva no bolso. e já está à procura de um ser débil para o futuro. Atenção a este rapaz. Precisa de quem o trave.
É isso: «Atenção a este rapaz. Precisa de quem o trave.»
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2 comments:
O primeiro equívoco deste texto de que gostei bastante é o de reconhecer tacitamente o estatuto de "humano" na criatura a que trata por "rapaz". Depois é o apelo a que dêem atenção à criatura.
Quanto à atenção a dar à criatura, preferia que fosse alvo daqueles que têm o direito de conhecer os meandros do direito venatório, não se vá dar o caso de o infringirem...
Democracia já não há mas parece que sempre que algo vem, é pior.
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