Pronto: a final do Mundial é daqui a pouco, continuo a fazer figas para que a Argentina ganhe (enquanto há fé há esperança...) e regresso, desta vez, a Buenos Aires.
Poderia escrever dez posts, ou repescar 5 ou 6, mas não me saem da cabeça as árvores desta minha cidade de eleição, onde gostava bem de ter estado mais do que duas vezes e durante muito mais tempo. Não porque não tenha visto troncos e copas bem maiores, e muito mais estranhos e imponentes, mas porque, em Buenos Aires, são muitos, lindos, espalhados por muitos parques, praças e avenidas. E, talvez sobretudo, porque li recentemente um pequeno livro de Ernesto Schoo – Mi Buenos Aires Querido – que lhes dedica algumas páginas magníficas, que me deram ganas de atravessar o Atlântico e palmilhar ruas à procura de plátanos, freixos e outros exemplares de que nem fixei o nome. Fica um excerto:
«Não se sabe se imploram ou ameaçam. Ou uma coisa e outra, à vez. Confesso que não sei o nome destas árvores, tão características de Buenos Aires. No Inverno, nuas como estão, e negras, os seus ramos curvam-se numa caligrafia trágica. Parecem rasgar o céu cinzento; parecem mãos como ganchos, daquelas que os malvados, os bruxos e os monstros ostentam nas historietas e nos desenhos animados. Uma personagem d’ A Prisioneira, um drama do italiano Ugo Betti (tão famoso na década de 50, tão esquecido hoje), diz que, se morresse e lhe fosse possível regressar à
sua cidade, a reconheceria de imediato pelas árvores. Creio que o mesmo se passaria comigo.»
E por falar em «Mi Buenos Aires Querido»:
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1 comments:
Hoje haverá um "Dont Cry For me Germany"?
Também torço pela Argentina.
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