Existe um sacramento na santa madre igreja, que dá pelo nome de Crisma e que permite alterar o nome de baptismo. Não sei se esta prática caiu em desuso, mas dava jeito que não.
Como previsto, está confirmada a integração da Guiné Equatorial na CPLP. Em terras onde tanto se sofreu e tanto se lutou contra tiranos – Timor – aceitou-se que um dos países mais corruptos do mundo entrasse numa comunidade que, com todos os defeitos e limitações, tinha até agora uma história comum. De colono e colonizados, é certo, mas comum e expressamente baseada na herança de uma língua.
Bem pode Cavaco pregar, como fez hoje, «que a língua portuguesa e a defesa dos direitos humanos são valores identitários da CPLP e devem continuar a determinar as suas decisões». Levou como resposta uma enorme gargalhada do novo membro admitido: no seu site oficial, lá está o regozijo pela integração, em três línguas – Espanhol. Inglês e Francês!
Assunto arrumado, portanto, quanto à língua de Camões. Até porque ninguém acredita que a
Geórgia, a Namíbia, a Turquia e o Japão, também desejosos de serem admitidos no grupo (e não é, garantidamente, nem pela cultura portuguesa, nem pelo peso político de Portugal...) se dêem sequer ao trabalho deste «faz de conta» a que Cavaco Silva ainda recorre.
Assuma-se de uma vez por todas que o único interesse é dinheiro, money, money, e que a corrupção faz parte integrante do jogo. Mantenha-se a sigla mas crismando o que o último «P» representa. Pode ser: «CPLPró que der e vier» ou, até, «CPLPró menino e prá menina».
E, já agora, espalhe-se este anúncio que António Costa Santos divulgou no Facebook: «Alô, Coreia do Norte! A CPLP está a dar vistos gold.»
Mais a sério e com indignação: os povos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa não mereciam a afronta que os seus governantes hoje lhes fizeram.
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