«Em finais de Dezembro de 1935 a revista "Time" dedicou a sua capa a um trabalhador soviético: Alexei Stakhanov. Mineiro, ele extraíra 102 toneladas de carvão num dia, 14 vezes o volume da cota diária de cada trabalhador.
Estaline fez dele um modelo. Até os americanos o veneraram. Nesses tempos o trabalho era um valor moral, um direito e um dever natural.
Adam Smith, que muitos evocam quando querem falar do liberalismo, tinha deixado a sua grande advertência em "A Riqueza das Nações": não se deveria retirar aos pobres a sua única propriedade, o trabalho. A austeridade dos nossos dias destruiu o valor do trabalho e roubou-lhe a sua alma moral e ética. O emprego ou é precário ou é taxado como se fosse um sinal exterior de riqueza. Portugal é o exemplo deste liberalismo estalinista, onde o Estado pilha toda a riqueza conseguida pelo trabalho. (...)
Em Portugal, o trabalho liberta? Não, neste país os portugueses trabalham para cumprir aquilo que se chamam obrigações fiscais. Em contrapartida, o Estado não é obrigado a ser sensato ou poupado.»
Fernando Sobral, no Negócios.
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