«As Repúblicas das Bananas nasceram porque eram as empresas americanas do delicioso fruto que dominavam a economia e a política de países como as Honduras. Quem produzia as bananas dominava o poder. (...)
Portugal não precisa de bananas para se transformar numa República da Chiquita. A que foi cantada por Carmen Miranda, é claro. Não a empresa.
O caso BES tornou-se um imenso bananal, onde só há um consenso nacional: tudo está a ir de mal a pior. Já nem se fala da falta de transparência de todas as entidades envolvidas e das pedras de xadrez que vão caindo umas após as outras (Ricardo Salgado e Henrique Granadeiro parecem ser apenas os primeiros de uma longa fila), porque muitos faziam parte do mesmo jogo.
O Banco de Portugal e Carlos Costa saem muito danificados desta colheita, entre a linha de crédito ao BES que teve vergonha de revelar até à anunciada contratação por convite de um filho de Durão Barroso. Que, a ser verdade, mostra como funciona o grémio do sítio. (...) Esta é uma República das Bananas com toda a certeza. Só falta começarmos a plantar as ditas para o postal ilustrado ser apelativo. Mas talvez nem seja necessário: o BCE trata-nos como uma República das Bananas. E a elite dança ao som de "Chiquita Banana".»
Fernando Sobral
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