«O Governo, educado pela troika e por alguns génios nacionais, acreditou que a "destruição criativa" de Schumpeter era a boa nova que deveria partilhar com os portugueses. Três anos depois o resultado está à vista, espelhado por este Orçamento Rectificativo.
A gloriosa "destruição criativa", cantada ao som do hino da União Europeia, transformou-se na "destruição destruidora". O PREC lançado pelo Governo e pela troika teve o efeito de "napalm": destruiu empresas, asfixiou o poder de compra dos portugueses com impostos e cortes de salários, aumentou brutalmente o desemprego e promoveu a emigração.
O modelo era um paraíso nas margens do Bangladesh: um país exportador com salários miseráveis. (...) Tudo correu ao contrário; nem a nossa economia se tornou um "tigre atlântico" baseada na exportação, nem o consumo interno deixou de animar os cofres do Estado. (...)
O Governo não é liberal: é estatista. Há mais Estado e mais amigos a comer da receita dos impostos dos portugueses. A destruição foi socializada. Os rendimentos foram entregues num condomínio privado. Já se sabia: a política portuguesa é a do mata-borrão. Quando a caneta rebenta, tenta-se remediar o que é possível. E o resto que seja o destino a definir.»
Fernando Sobral
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