7.10.14

Cobrador sem fraque



«Baixar ou não baixar os impostos não é uma questão ou um dilema de Shakespeare. É mais do que um arrufo entre os pombinhos da coligação que governa Portugal.

É a percepção que depois de ter governado o país lendo um livro de finanças orçamentais escrito em alemão, Pedro Passos Coelho é incapaz de decifrar um manual de economia política. O primeiro-ministro, que a um par de dias da apresentação do OE ainda não tem um documento definitivo, cumpriu à risca a sua missão como cobrador de impostos. Agora deixou de ter qualquer desígnio para cumprir.

É como se o Governo tivesse empurrado a carroça da austeridade por uma encosta abaixo e tivesse saltado para cima dela quando começou a descer. Puseram-na em movimento mas mostram-se incapazes de a parar. Assim continuam para a frente. A única esperança da tripulação do PSD e do PP é que a carroça chegue um dia a uma qualquer estrada plana e pare por sua livre vontade. Para que possam sair dela felizes. (...)

Com a sua missão de cobrador de impostos a chegar ao fim, Passos Coelho assiste ao seu fim. Começa a ser irrelevante, removível pelo próprio PSD. O seu tempo esgotou-se.

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