Marinho e Pinto lançou ontem o seu novo partido e tem feito tantas afirmações mais ou menos tontas e desconexas, que a tentação é não lhe dar muita importância e ter fé na clarividência dos portugueses na hora do voto.
A questão é que nada leva a crer que a dita clarividência nasça por um golpe de mágica durante os próximos meses e que muitos eleitores não se entusiasmem com a hipótese de «um novo 25 de Abril sem chaimites», sem corrupção, e que castigue os actuais partidos que «beneficiam as suas castas e não o bem comum», etc., etc. Muito mais do que às subtilezas de convergências prováveis entre novas hipotéticas esquerdas, quem vê os programas da manhã onde (me dizem que) Marinho Pinto é presença habitual, está aberto ao seu tipo de discurso – «de esquerda» ou «de direita», tanto faz, conforme as ocasiões, mas que «parta tudo».
Muitos dos que votaram em figuras como Cavaco Silva, com um perfil seco, sério, impoluto, de que os portugueses sempre gostaram tanto, estarão igualmente dispostos a dar agora créditos a um populismo à nossa maneira – desconexo e poucochinho. Parece contraditório? Não, não é.
Oxalá me engane.
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1 comments:
Poder-se-á dizer que Marinho Pinho é um demagogo truculento, contradizendo-se por vezes no que debita aos órgãos de comunicação social e que estes amplificam, aliando a já comprovada experiência de barriga de aluguer, à de porta-voz de aluguer, tonitruante ?
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