«Quando termina a temporada de "saldos" nas lojas e se anuncia a época de eleições, o eleitor português fica normalmente com as mesmas dúvidas que um consumidor que olha para um guia de restaurantes.
Pergunta sempre: onde devo ir comer? Devo experimentar um sítio novo ou devo ser conservador e escolher o que conheço? Normalmente fica preso pelo centro político, que procura conciliar os interesses da maioria. Ou seja, prefere um cozido à portuguesa conhecido, mesmo mau, do que um que pode ser melhor, mas que tem receio de experimentar. O eleitor sabe que metade dos pratos não está no menu. Estão escondidos. (...)
Num namoro folclórico à vista de todos onde se tenta evitar a discussão sobre as rupturas sociais resultantes da austeridade brutal e sobre o futuro de Portugal. Tenta-se discutir o acessório sem debater o essencial: que modelo de País se quer para Portugal? E é isso que deveria estar na mesa nas próximas eleições, mesmo que o menu não pareça muito "gourmet". A táctica do PSD parece ter implodido à partida: é uma mão-cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Como sempre só quer amarrar o PS às políticas dos três últimos anos. O resto são duvidosos "hors d'oeuvres".»
Fernando Sobral
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