8.2.15

Syriza, sonhos e pesadelos



José Pacheco Pereira, no Público de ontem, 07.02.2015:

«Uma das coisas que a vitória do Syriza e o conjunto de eventos posteriores têm mostrado é a sua importância para todo o espectro político da Europa. Neste sentido, os gregos podem falhar em tudo, que nada será de novo igual nem na Grécia, nem na Europa.

Quando um acontecimento gera tão intensos sonhos e pesadelos, estamos perante a história. Pode ser uma nota de pé de página, um parágrafo de meia dúzia de linhas, mas ficará na história da Europa. Embora não esteja certo, admito que possa vir a ser o mais importante momento europeu depois da unificação alemã. (...)

Os adversários do Syriza, que são os “ajustadores inevitáveis”, sabem que se deu um ponto sem retorno. Nós sabemos disso e eles sabem que nós sabemos que eles também sabem. Mas um ponto sem retorno não significa que o caminho seja unívoco, apenas que as coisas já não voltam para trás. Mesmo que, no fim de tudo isto, o Syriza seja varrido da governação, os gregos remetidos para uma maior pobreza, e os alemães e os seus aliados e colaboracionistas tenham conseguido domar a “revolta” grega, a paz podre destes últimos anos não mais voltará. (...)

Eu também tenho um desejo simples e modesto, com muito poucas ilusões. Desejo que as coisas corram bem para os gregos, que eles comecem a sair do buraco infernal em que foram colocados, e que possam, pelo seu acto corajoso de votar contra o statu quo, mostrar que a ditadura da “inevitabilidade” é um deserto mental perigoso, útil para se subordinar Portugal aos poderes europeus e alemães, fragilizar a democracia e empobrecer os portugueses. É por isso que a milhas do Syriza se pode saudar a mudança que o Syriza trouxe a um mundo estagnado e pantanoso, maldoso e desigual. Não preciso de explicar mais nada, pois não?» 
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2 comments:

joão viegas disse...

Cara Joana Lopes,

Leio-a frequentemente e considero-a uma pessoa inteligente. Por isso não percebo a sua admiração pacovia (se me permite) por esta Cassandra de trazer por casa. Mas, francamente, o que é que v. vê neste texto ? "Blablabla um marco na historia da Europa, seja como nota de rodapé ou seja como..." aaaarrrgh ! Eu acho que se o Pacheco se cobrisse com penas e fosse à noite fazer "uuuuu" no galho de uma arvore qualquer, sempre seria mais estético. E mais util também.

E' que não ha paciência...

Bom talvez esteja a ser injusto, mas mesmo assim, juro que não percebo.

Boas

Francisco Braz Teixeira disse...

Na vida NADA volta para trás, pois que esta só tem um sentido. Na vida NADA é igual, pelo que é impossível o que quer que seja voltar a ser, quanto mais igual! Nenhum ponto, a não ser a morte, é um ponto sem retorno, pois a reflexão é própria de quem pensa.

Tudo é resto é intenção, e disso está o inferno cheio.