«Norte versus Sul. Credores versus devedores. Ricos versus pobres. Excedentários versus deficitários. Contribuintes líquidos versus beneficiários líquidos. PIGS versus outros acrónimos não animais. Gastadores versus aforradores. Pecadores versus puritanos. Austeridade punitiva versus punição de não crescimento. Cigarras versus formigas. Euro versus moedas próprias. Julgados versus julgadores. Direitos versus deveres. Solidariedade versus egoísmo. Soberania sem limites versus sub-soberanias. Benefício do infractor versus malefício do cumpridor. Paraísos (fiscais) versus infernos (fiscais). Alunos (bons e maus) versus professores. Tecnocracia versus política. Políticos versus funcionários. Eleitos versus nomeados. Tratados versus retratados. Pensamento único versus geometria variável. Alternativas versus não alternativa. Palavras versus (não) decisões. Igualdade versus divergência. Passado versus futuro. Iluminados versus amochados. Chumbos referendários versus respeito democrático. (...)
Sem visão e sem liderança, a União caminha aos solavancos, esfumando-se o seu espírito fundacional e o legado dos seus impulsionadores. O euro é a métrica da desunião e a evidência da incapacidade. Incapaz de responder, em tempo certo, aos desafios que se lhe colocam, a Europa passa de Velho Continente a Continente velho, no nevoeiro de uma crescente e perigosa irrelevância.»
António Bagão Félix
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1 comments:
A Europa está-se afundando no Mediterrâneo.
E começa pelas ilhas gregas e Lampedusa.
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