«Passos Coelho critica algumas soluções do PS por serem demasiado liberais, ele que nem aceitaria tal coisa, cruzes canhoto.
Responde alguém do PS: mas Passos Coelho já defendeu o mesmo. E dá-se como exemplo uma conversa antes das eleições em que actual primeiro-ministro propunha a normalização do contrato a prazo, para que seja fácil despedir a qualquer momento.
Então, das duas uma.
Uma: o que Passos Coelho defendeu é, ela por ela, a proposta de Mário Centeno, o chefe dos doze apóstolos do PS, para o mercado de trabalho. Para Centeno, até poderia haver contrato sem termo, mas a empresa poderia sempre terminá-lo a qualquer instante. O que dá igual ao que Passos Coelho propunha. (...)
Ou, então, duas, é o PS que está a copiar as soluções de Passos Coelho. Na TSU, a proposta é, mais uma vez, só ligeiramente diferente: o PS corta mais na TSU (e o PSD e o CDS recuaram na sua proposta), distribui o corte entre empresas e trabalhadores, promete uma vaga compensação com impostos misteriosos do lado das empresas e reduzir as pensões futuras do lado dos trabalhadores. (...)
A competição será decidida pelo espelho mágico, que é o que sobra nestas circunstâncias: espelho meu, espelho meu, quem é mais belo do que eu, quem é mais liberal do que eu?»
Francisco Louçã
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