«António Costa tinha prometido um projecto de programa eleitoral para o início de Junho, mas eis que ele aparece duas semanas mais cedo. (...) Fiquei desgostoso porque ia ser a minha leitura na praia - então como é que está a TSU, hoje? - Hoje de manhã estava boa, mas começou a descer durante a tarde. - Aqui, no programa do PS, diz que afinal não vai descer muito. Mas o FMI diz que vai subir. - Vai descer. Estou com dores no joelho a que fui operado. Ou vem lá chuva ou é a TSU das empresas que vai descer. (...)
Este Verão já deu para ver ao que estamos destinados. Só vai haver um tema - eleições! (...)
Provavelmente, vão passar aviões com aquelas fitas com mensagens. Olhamos para o céu e passa a cara do Portas. Vamos ao mar e temos de pisar uma alforreca para evitar um saco plástico do PS. Adormecemos à sombra, depois de uma sangria, ao som das ondas e das frases de campanha - "o PSD criou o IRS amigo das famílias" - e ficamos naquele torpor entre a realidade e o sonho, que é assinalado por um bocadinho de baba, e vemos o IRS a fazer castelos de areia com os miúdos, a preparar-lhes as sandes e a dizer baixinho - schiiiiiiiu, que o pai adormeceu. Um IRS tão amigo da família que, em vez de tirar o sono, não quer que ninguém incomode o descanso do pai. Estamos quase a fechar a pestana quando somos acordados pelo IVA inimigo dos restaurantes que nos vem lembrar que não pagámos a sangria.
Aníbal Cavaco Silva é das pessoas mais torcidas que já conheci, não se podia ir embora sem nos estragar o Verão. Férias em campanha eleitoral, não são férias. Para isso, vou para Albufeira.»
João Quadros
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